quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Privilege @ Club Fiction [21/12]


          Sensacional, talvez seja o melhor resumo para a noite de terça 21 de dezembro no Club Fiction. Desde quando D-Nox tocou no Club em outubro eu não ia ao Club, e considerando as circunstâncias da cena underground goiana, eu não imaginava tamanha vibe em plena terça-feira.
            
Alex Justino


Gustavo Carmona

            A noite começou com um back2back entre Alex Justino e Gustavo Carmona, começando com um deep house a 115bpm, o som da dupla teve um perfil parabólico, tendo ápices e kills bem sensatos, virando de 115bpm para 121 ou 122. Bem loopado, o set foi construído tentando segurar o máximo possível da pista, e mesmo durante os pontos de “pouca pista”, gerou vários gritos e muitas mãos pra cima. Em um dos melhores sets de Warm-up que já pude ouvir a qualidade do material que Alex e Gustavo têm tocado é fabulosa. O som é sempre bom, e sempre cheio de muita novidade, mas num âmbito de música onde a porcentagem de coisas boas não passa de 50% das músicas disponíveis no mercado, ouvir um som desse nível, garante frenesi em todo o público presente.
            Pra quem desejar ter um breve noção do estrago que Alex Justino e Gustavo Carmona fizeram, o download do dj set já está disponível para download no Soundcloud do Alex.
           
Aninha (Warung)



            A DJ seguinte era nada menos que Aninha, a residente do incrível Warung Beach Club de Itajaí-SC. Eu já havia conferido o som da garota na festa Deep Loop Open Air, também promovida pelo Alex, e de fato já havia pirado muito com que ouvi no dia. Mas na Fiction, talvez fosse pelo incrível sound system, mas gostei ainda mais do que ouvi dessa vez. Um set misto de deep house com tech house, músicas com linhas de grave extensas e definidas, conseguem conferir certo peso em certos aspectos, mas os synths das próprias músicas a tornam mais leve. Seria... Uma espécie de “pesado, mas leve”. O som dela é realmente incrível. Eu já a tenho como uma das melhores DJs que já pude ouvir ao longo da minha vida. Naturalmente, já era de se esperar um som muito bom, e de fato, a garotinha já chegou metendo a bicuda. O DJ set dela já está disponível para download em seu Sound Cloud
           
Renato Borges

          Óbvio que a responsabilidade de tocar depois de uma DJ assim é muito grande. E esse foi trabalho para Renato Borges. Eu já conhecia seu trabalho em warm-ups, e não pude conferir seu som na Deep Loop, e dessa vez peguei mais ou menos os últimos 25 ou 30 minutos de set. Achei que o som do Renato mudou bastante desde que o ouvi tocar fazendo o warm-up pro D-Nox, e realmente provou ser um DJ versátil, que toca desde hip-hop (que por sinal, é o melhor DJ de Black music da região), até tech house, e bem tech. E como sempre fez no hip-hop, o pau quebrou.
           
Ricardo Tatoo


            Por fim, encerrar a noite foi trabalho de Ricardo Tatoo, que começou o set apostando no tech house,e deu continuidade ao set entre o techno e o tech house. Porém, infelizmente, não pude conferir o set inteiro. E vale lembrar, que ele começou a tocar 5 horas da manhã. E não é fácil encerrar a noite com groove, e tocando após 4 ótimos DJs. 
            Desde que fui à Fiction pela última vez, imaginei que D-Nox fosse ser a última balada de alto nível, obviamente, no contexto do house, da casa. E, estava enganado, e fiquei bastante surpreso com o público presente mesmo numa terça-feira, em semana de Natal. A noite foi tão incrível, que chegou e me dar vontade de escrever este artigo, e foi como um presente de natal, dado pela Fiction para seu público. Mas, pra entender o que realmente foi essa noite, era preciso estar lá. Resumindo tudo, foi FODA.  
            Do ponto de vista do DJ, o Alex postou em seu website www.alexj.com.br um pouco do que sentiu na noite de terça e lá também tem o link para ouvir e fazer o download gratuito de seu DJ set com Gustavo Carmona. Confiram!




segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

[DJ set] Lucas C. - My Business




    Esse post, basicamente é para falar do meu novo Dj Set. Mixei no sábado, disponível para download e tentei manter entre o tech house e o deep house. Eu particularmente, gostei bastante das tracks.
    Busquei um set mais sóbrio, de perfil mais parabólico, começando com um deep house mais encorpado, subi o som gradativamente até um ápice com um tech house com linhas de grave bem fortes e kicks mais pesados, e descendo em seguida a mais deep house e tech house mais low bpm e finalizando com uma leve subida como eu faria num warm-up.
   Devo dizer que gosto bastante do som do warm-up. Tech house e deep house são particularmente os sons que acho mais bem produzidos e que de fato não são tão cansativos quanto um techno, que por ser pouco mais pesado, cria uma atmosfera mais tensa, sei lá.



  Nesse DJ set, busquei fazer algo mais a título de experiência e ver como sairia. Uma espécie de treino mesmo. E também, tentei tocar beeeem longe dos top 100, passando o pente mais fino possível nas tracks que utilizei.
  Além disso, dei uma leve alterada na técnica de mixagem. Em algumas tracks ficou muito bom, porém, aos meus ouvidos, em outras nem tanto. Mas de um modo geral fiquei bem satisfeito com meu trabalho. E para um trabalho meramente experimental, até que rendeu.
  É bem notável também, como este dj set tem a minha cara. Como já disse em posts anteriores, cada dj tem sua característica. Características que vão além da técnica, e vão até ao estilo das músicas tocadas. No mais, por enquanto é isso.
   Vou aproveitar meu blog, e vou divulgar inclusive sets de amigos e/ou outros djs que eu ouvir sets e gostar. Aí dou minha opinião a respeito do que foi tocado e tudo mais.
   Espero que curtam meu set. =]


*Tracklisting:

1) Mulder - All Over Again
2) Hermanez - Concetta
3) Sinc, Vito C., Gianluca L, Tarcisio Longobardi - Deep Throat
4) Arjuna Schiks - Discretion
5) Carlo Lio - Furrywallz
6) Varolslav - Little Bird ft. Boats & Girls
7) Rhadow - Loop Of 87
8) Marco Effe - Moony
9) Daniel Sanchez - No More Colour
10) Juan Sanchez - Rumor
11) Kuhlmannmensink - Sandoh
12) Danilo Cardace & Elia Perazzini - Voodoo
13) El Mundo & Satori - We're Only Human
14) Bas Amro - We've Got It
15) Luca Bear - Yulia
16) Danilo Cardace & Elia Perazzini - Return (Bonus Mix)
17) Harry Choo Choo Romero - Phuture (Joris Voorn Remix)
18) Crazibiza - Spinning Around (Tommyboy Remix)













segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Resenha: Gorge - Mood Remixes (Parte 1)

  

 Antes de começar a falar, eu gostaria de agradecer a todos que tem lido este blog. Quando comecei a escrever, não imaginei que tantas pessoas fossem ler, e gostar, do que eu escrevo. É muito bom ver que tem gente que realmente tem lido e gostado, fico muito feliz em saber disso. =] Muuuuito obrigado.
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  Aos fatos: recentemente comentei sobre o novo álbum do Gorge, o Mood Remixes. Pois é, eu havia ouvido parcialmente e apesar de sempre tietar o trabalho de todos os produtores que remixaram as tracks e também o próprio Gorge, eu cheguei à conclusão de que realmente, o EP é SENSACIONAL.
   Fiz o download do EP inteiro hoje, e já dei o meu veredicto. Basicamente se envolveram nos remixes os melhores produtores de deep house, house e tech house da cena. Eu já havia gostado bastante do disco original, pirei bastante ouvindo. Principalmente as tracks Emefa, My Boots, Makena e Mooi.
   Ouvindo os remixes, de longe, a que mais gostei foi o remix de Milton Jackson para a track Emefa. Talvez pela pegada mais pesada da bass line, e talvez pela melodia. A track foi inteira transformada do que era um deep house bem low bpm, para algo que já consegue fazer uma transição pra alguma track que faz melhor uma pista.
  Outra música que gostei bastante foi o remix de My Boots feito por Daniel Dubb. Basicamente, o vocal ficou intacto, mas índole da música mudou por completo. Foi usado uma linha de grave bem carregada e com muito groove. Conferiu um certo peso, mas de certo modo consegue fazer pista. Ficou bem interessante. Os breaks mais curtos com um "turn back" mais forte ficou bem legal e com certeza, vai gerar muitos gritos nas pistas dos clubs e festas.
   A versão de Keya do Chris Lattner ficou bem tech house. Também mudou muito a track, bem som de warm-up. Eu gostei, mas acho que a linha de grave o kick poderiam ter ficado um pouco mais pesados, mesmo que talvez saísse da proposta de ser mais deep house.
   A versão de Xaxax de Terry Lee Brown Junior, por outro lado, mantém bastante a personalidade original da track do Gorge, e as mudanças são sutis. Pouco mais de peso foi adicionado aos kicks, bass lines e até os próprios hithats e ximbáu ficaram mais pesados, a melodia por outro lado, mudou pouco, e ainda deixou a track no patamar do deep house.



  Helmut Dubniztky também fez um remix interessante de Mooi. Também manteve a identidade original de música e basicamente extendeu e editou alguns breaks, adicionou synths simples de modo que a versão original só foi complementada e não mudada. Isso de certa maneira, mateve a identidade musical do autor original.
   Alex Niggemann foi responsável pela track Mi Vida. A música sofreu uma metamorfose mas ainda manteve a melodia e a linha de grave basicamente se intensificou. A track original que era quase um chill out se tornou de um deep house bem encorpado. Foram adicionados vocais mais marcantes que os meros auxílios da versão original, que acabaram por conferir uma característica meio obscura e uma pega de tech house em uma música completamente deep. Excelente, por sinal.
   Bom... essa foi a minha conclusão e minha opinião sobre o ep Mood Remixes (parte 1), estou ansioso aguardando o resto do disco remixado. Além de Gorge, provavelmente o próximo volume vai contar com remixes de também ótimos produtores, a nata do deep house e tech house mundial. Vindo de Gorge e da própria 8bit, não tem como sair coisa ruim.

















quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Djs e seus sets

            



            É notável, todo DJ tem suas próprias características e técnicas durante seus DJ sets. Essa característica pode ser técnica, músicas, método como o DJ faz uma pista ficar mais quente ou não. Basicamente depende dele e do horário em que ele vai tocar.
            Costumo dizer que é possível existirem três tipos de DJ sets, o warm-up, mais morno, com tracks menos pegadas, mais deep house e tech house, ou seja, menos pista. Há o headline, onde o DJ é a atração do dia e deve fazer mais pista, com tracks de muito groove, boa melodia e algumas com acapella pro som não ficar muito quadrado. E por fim, há o after party, onde pode ser uma mistura de warm-up com headline. Da pra tocar tracks de muito groove, tracks mais mornas, o que vai determinar isso é o horário, o DJ, e principalmente, a pista.

No warm-up, eu costumo dizer que existem três modos de se fazer um bom warm-up. Em gráfico, seriam uma reta crescente, uma curva ascendente ou uma parábola com concavidade para cima ou para baixo. Talvez soe complicado, mas não é. O que vai determinar o formato é a atração seguinte ao warm-up. Um exemplo: se o próximo DJ a tocar, tocar deep house e tech house, o som do warm-up pode ser uma parábola de concavidade para baixo. Começa-se mais frio, som vai subindo até um ápice, faz um pouco de pista, e se esfria novamente, pra não entregar uma pista cansada para a atração.
O formato de curvas ou retas ascendentes eu digo que são para quando o som do próximo DJ é mais pesado, ou seja, algo como techno, progressive house, ou qualquer outro som cujo bpm supera 125. Porém, apesar de tudo, isso não é uma regra e nem um decreto. Uma análise a grosso modo, diria que é mais pra algo que pode ser notado em DJ sets bons.
O after já é mais dinâmico que o resto. Basicamente depende do lugar, do horário, da balada e da pista pra ditar como vai ser. Há baladas onde o after é como se fosse um warm-up, e há baladas onde o after se destaca mais que a própria atração. Questão de público e também não existe receita.
Pra falar a verdade, eu mesmo nunca vi ninguém fazer uma comparação assim. Porém, acredito que graficamente, esse seriam os formatos de um warm-up, mas de novo, quem dita como o som vai ser ou não, é a pista. E obviamente, também depende muito da linha que o próximo DJ vai seguir. Mas é imprescindível que o DJ do warm-up saiba como é o som do DJ principal.
Outra característica dos DJs em seus sets são suas tracks. Muitos DJs de deep house e tech house não são muito chegados em som com acapellas, e muitas melodias, outros adoram. Essa característica faz com que cada set seja praticamente uma assinatura. DJ sets de DJs como Carlo Dall’Anese por exemplo, sempre contém algum rock, ou algo mais oldschool. E há também os que só tocam hits da moda. Questão de gosto, mas eu odeio.
Um DJ set que pude conferir na Deep Loop Open Air e que por sinal me deixou perplexo, foi o DJ set da DJ residente do incrível Warung Beach Club, de Itajaí-SC, a DJ Aninha. Simplesmente FODA, é a melhor descrição pro set dela. Seria um som que ao mesmo tempo que fez a pista bombar, podia ser um excelente warm-up pra alguma outra atração. Há muito tempo eu não via algo de tamanha qualidade vinda de uma mulher tocando, sem preconceito. Mas a maioria das moças que tocam, se tornam escravas de hits, progressive house e do odiado electro house vulgarmente conhecido como “poperô”.


Pra ninguém falar que estou falando mal de mulheres DJs, vou citar aqui minha amiga DJ Marie Bouret, do Rio de Janeiro. Uma das poucas que de fato gostam da cena underground, e ainda tocam tech house, techno e deep house de boa qualidade. Igualmente versátil, o som dela também se aplica tanto pra warm-ups, como para afters e headlines.
Outras DJs que também posso citar aqui e dão uma verdadeira aula de música são as DJs Ingrid da D-Edge de São Paulo, DJ Anna, agora do casting da Carambola Records e ex DJ da B-Side Records de propriedade de Carlo Dall’Anese, que inclusive tocou bastante com o brasileiro residente da Republica Tcheca Rodolfo Wehbba, e a também DJ carioca Dri.k. São todas muito boas no que fazem, ainda estão na cena underground e não precisaram se render para o progressive house, hits ou outras porcarias musicais pra conseguir gigs, ou pura e simplesmente conseguir gigs por serem mulheres e bonitas. 

Marie Bouret

Aninha (Warung)

Ingrid (D-edge)

Dri.k

DJ Anna (Carambola Records)