Voltando ao techno, temos também o mineiro Anderson Noise, que já tocou e ainda toca nos melhores clubs underground do País, lançou em 2009 um DVD que conta um pouco da sua história e mostra algumas turnês pela Europa e pelo Japão, e um CD somente com produções próprias. Anderson produz no techno, uma linha que eu acho inclusive, meio abstrata. É techno mas indefinido entre o tech house, techno ou progressive house. Ainda não sei se o reconhecimento que ele teve se deve ao seu carisma, seu som, critividade ou tudo. Uma vez, ele teve a idéia de fazer um live broadcasting pela internet da balada. O fato rolou no incrível D-Edge. Fecharam dois camarotes, fizeram uma ilha no meio club, onde ficava a banda larga, e os caras faziam os cortes ao vivo, como se fosse uma transmissão de um jogo de futebol. Nessa noite, tocaram Anderson Noise, Gui Boratto e Renato Ratier. Fato que com certeza marcou a história do D-Edge, do Anderson e da música eletrônica nacional. O fato repercutiu tanto na cena, que tinha gente no Japão, nos Estados Unidos e na Europa mandando e-mails comentando sobre a balada. Os caras trabalhando lá e vendo a galera fritar na pista do Club.
Talvez sejam essas inovações, somadas com a qualidade da música que eles têm produzido que tem feito da música eletrônica brasileira uma das mais pesquisadas nas lojas de música virtuais como o Beatport e o Resident Advisor.
Não podemos esquecer também, de Gabriel Serrasqueiro, vulgo Gabe, antigo produtor de psy-trance, que agora investiu no tech house e no techno. Lançou diversas produções de alta qualidade com Re Dupre e Du Serena, a maioria lançada pela Lo Kik Records, Sprout Music e Plastik Park, os dois últimos de propriedade do produtor de techno alemão D-Nox.Produtores brasileiros BONS, existem vários. Vários que eu não conheço a história, mas pude conferir algumas músicas como o próprio já citado Re Dupre e outros bons produtores e djs como Victor Ruiz, o monstrinho brasiliense do minimal Allan Villar, o também brasiliense Komka, e Hopper, todos no techno, Rafael Noronha, no technno e tech house. Joe K, no progressive house. Carlo Dall'Anese e Fábio Castro, que já tiveram maior imponência no mercado do progressive house, estão voltando com tudo no Sweetmad, uma espécie de electro rock, misturado com progressive house. Ulisses Nunes, também no progressive house. João Lee e seu projeto Dubshape, no deep house e tech house. Crossover, de Júlio Torres e Amon Lima, também no progressive house e no house. São inúmeros novos rostos no mercado da música eletrônica mundial, e como brasileiros, é preciso que o público dê mais valor na música que têm. Muitos ouvem, o som desses caras e quando ficam sabendo da autoria, ficam de cara, talvez por não acreditar no potencial da música nacional.