Ontem, um amigo meu me mandou pra olhar o ranking do Top 100 Djs da Dj Mag inglesa. Eu juro que cheguei a dar risada, de tantas coisas que julgo serem tendenciosas e completamente descaradas nessa eleição, que pra mim, parece mais escolha a dedo de quem vai entrar ou não no ranking.
Devo reconhecer, que muita gente que está lá, realmente fez por merecer e tem seu devido respeito espelhado em sua posição no ranking, mas outros, apesar da relevância na cena eletrônica, acredito que caiu na mesmice e não acrescentou em nada pra cena, ou seja, basicamente se acomodou em termos de evolução na qualidade da produção, dj set, e tudo mais relacionado à carreira do artista.
Na minha humilde e que também não deixa de ser tendenciosa opinião, Armin Van Buuren já deu o que tinha que dar nesse top 100. Eu não tenho certeza mas provavelmente é o 3º ou 4º consecutivo que ele está em primeiro lugar. Desmerecido? Não, mas creio que há outros artistas que mereciam ocupar aquele lugar, outros artistas que talvez tenham tido uma relevância maior, talvez tenham produzido melhor, lançado melhores álbums. Não sei.
Aliás, pra ser sincero, ainda acho que esse ranking deveria ser organizado separando artistas por seus gêneros musicais principais. Naturalmente, não dá pra comparar e falar em melhor ou pior, euro trance com deep house. Apesar de inseridos no mesmo contexto musical, são dois estilos bastantes distintos.
Além de tendencioso e eu achar que rola um protecionismo, há vários artistas que eu nunca nem mesmo ouvi falar. E não é por falta de pesquisar. Os top 100 de mais baixadas deveriam pelo menos trazer uma outra música desses caras que eu nunca vi na vida, pelo menos né?
Pra ser sincero, apesar de eu não manter todo esse contato com outros estilos fora do tech house, techno e deep house, acho no mínimo foda ver Ferry Corsten batendo em 9º lugar. Achei também, muito esquisito ver Infected Mushroom em 13º, por mais que tenham sido grandes artistas no passado, quase não se ouve falar da dupla israelense mais... Nem turnês, nem festas, nada. Tem coisa de dois anos que não ouço falar deles, no mínimo.
Eu acho esse ranking tendencioso pelo seguinte motivo: artistas de vertentes mais underground nunca estão entre os 100. Apesar de vermos Richie Hawtin em 31º, é um dos pouquíssimos representantes do som mais conceitual no ranking da revista. Mas fiquei surpreso com a 50º posição de Umek. Techno mais áspero no top 100 também é coisa de se espantar, já que a maioria dos artistas seguem na linha do house, progressive house ou electro house e ainda bem né? Umek emplacou inúmeras músicas em top 100 de mais baixadas de várias lojas online.
Talvez eu seja apredejado, os leitores deste blog de 'bosque', e todo o resto do universo se vire contra mim, mas eu ainda acredito, que o ranking da Dj Mag inglesa se baseia somente em quem toca nos clubes ingleses e nos clubes de Ibiza. Como eu disse, apesar de poucos, existem representantes da cena underground, mas ainda assim, podia ser melhor.
Me perguntavam sempre sobre isso, de quem eu acho o melhor e tudo mais. Eu simplesmente não sei responder. Pra mim não existe um melhor. Os caras que eu admiro, acompanho o trabalho, e me identifico com o som, eu gosto de todos na mesma proporção. Eu posso até ter um favorito, mas não os defino como melhor ou pior que um ou outro. A música é nivelada. E gosto é igual braço. O que eu gosto pode não ser o que você gosta ou o que uma maioria gosta. Gosto é relativo, e na minha cabeça rankings são puro papo furado. Ou, talvez, devessem mudar o nome de melhor do Mundo, pra dj/produtor favorito. A música é tão diversificada que não deveria ter uma classificação de melhor ou pior como acontece no Oscar. Melhor filme é melhor filme por sua trama, suspense, personagens, ou qualquer outro item avaliável. Isso não acontece na música. Muito menos na música eletrônica.