terça-feira, 23 de agosto de 2011

[Resenha] Festa do Sedna #4



      Este vai ser um post em que podem acontecer duas coisas: ou as pessoas podem ler e gostar, ou podem ler e odiar por não concordar com o que eu vou dizer. De um jeito ou de outro, independente do que a maioria pode achar, minha avaliação geral partiu de uma série de fatores em que a grande maioria das pessoas não se liga muito.
      De um modo geral, eu só tenho caneladas a dar em tudo no que se diz respeito a essa festa. Houveram pontos altos, coisas boas, e pontos baixos, coisas péssimas. Não vou levar em conta nada do que me aconteceu, ou com as pessoas que estavam comigo, e sim, do ponto de vista técnico, onde levo em consideração sistema de som, sets, entrosamento do público com o artista, vibe, estrutura geral, organização do evento, acesso, horários e tudo mais. Vou separar a história em capítulos, pra organizar o post.

*Sets:
     Pra começar, entendo que era uma festa potencialmente comercial. E que aquele público talvez não seja tão fan assim de músicas desconhecidas ou músicas sem vocal. Quando cheguei, ouvi um som bem interessante, quem estava tocando era o Mex, numa pegada de warm-up legal. Som bem gostoso de ouvir, relativamente lento, grooveado e tudo mais. Excelente pra um warm-up, ainda mais numa festa de uma casa com era a Sedna.
     O segundo set, era do Shark, de hiphop. Não sou nenhum expert no gênero, mas de certo modo, parecia agradar ao público. Mas do ponto de vista técnico, que dá pra avaliar, construção de set praticamente ausente, técnica ausente - não havia mixagem, que mesmo mais complicada dado o compasso quebrado, já vi o Renato Borges mandar muito bem no hiphop - e aparentemente pesquisa musical igualmente ausente. Sim, não pesquiso hiphop, mas sei ouvir hits que fizeram sucesso em 2002 e que de tanto tocar, já estourou o prazo de validade nos meus ouvidos e nos de outras pessoas. E pra um DJ de hiphop, ter tocado rock, em versões originais, incluindo Sweet Child O' Mine do Guns n' Roses, Killing in The Name do Rage Against The Machine, e alguma música que não lembro o nome do Queen, foi bem estranho. Apesar da aceitação do público, um set bem construido jamais levaria isso em conta. Tudo bem, tinha uma pessoa mandando super bem no sax, crossover bem interessante, mas não é bem por aí. De modo grosseiro, eu já ouvi muito hiphop, e hiphop bom, em sets bons. E digo: não gostei nem um pouco do som dele. Próximo por favor.
      Na seqüência, Ruben Fontes assumiu a cabine. Se o som fosse comercial ia ser ótimo, mas realmente passou dos limites com o nível da baba. Eu já vi sets de DJs que são mais comerciais, e preciso dizer que pra muita coisa não é preciso apelar pra alguns hits também já batidos de tanto tocar nas rádios do Brasil em programas "na balada". Ninguém é obrigado a tocar e gostar de conceito, mas bom senso costuma ser muito bom pra fazer um set ser legal. Eu gostei tanto, que passei o set inteiro sentado até a Aninha entrar.
     Como dito, a próxima era a já muito falada aqui, Aninha. Finalmente eu ouvi músicas que gostei de ter ouvido, de ter conhecido. Por ser mais conceito ou não, a construção dos sets dela é sempre impecável. Sempre muito harmônico e muito mixado, a tendência é que empolgue bastante o público, quando o público é bom. Quer dizer... no que diz respeito a deep house e tech house, o som dela é bem mais pesado que o conceito da casa, mas no lugar dela, eu teria feito o mesmo. Parto sempre da premissa: "meu som é esse, me contrataram pra tocar isso, e é isso que vou tocar". E ter ouvido reações de pessoas completamente mal educadas ao fim do set dela, coisas ditas de modo proposital pra fazer ela ouvir, é cretino, é escroto e é nojento. Mas o que eu podia esperar do público dessa festa?
     O próximo era a maior atração da festa Gui Boratto. Após sucessivos problemas técnicos com o equipamento dele, depois de uma conversa com a Aninha entendi o modo como o show dele é feito. Na prática, as músicas não são feitas pra serem mixadas. É como num show de rock, existem intervalos, onde os artistas trocam de instrumentos. Nesse caso era mais ou menos a mesma coisa. Haviam intervalos. Por se tratar de um audiovisual, as músicas e as imagens compõem uma história. Um não funciona sem o outro, portanto, essa é a explicação para as tão comentadas pausas entre suas músicas, que por sinal geraram infinitos rumores, que eu também rezei pra não serem verdade. Pessoalmente, admiro o Gui como um profissional excepcional. Suas músicas são muito bem produzidas, mas eu não gosto. Logo, considerando as pausas que eu não havia compreendido, com a 'vibe' e as músicas que não fazem muito meu estilo, acabei não gostando. Mas analisando as imagens e o modo como elas se relacionaram com o áudio, foi bem interessante. Mas de novo, apesar das qualidades, e tudo mais, não gostei. Talvez eu ainda não esteja apto a ouvir o som dele ainda... vai saber.
     Depois foi Renato Borges a subir na cabine. Conseguiu embalar bem a pista no conceito da festa também House de certo modo bem comercial, mas ainda assim bem legal. Mostrando que realmente não precisa apelar pra hits pra fazer um set decolar. Coisa de quem pesquisa por música sempre e não está ali pra aparecer ou o que quer que seja né? Mas a pegada não bem o que eu gosto, logo... de esperar que não fiquei muito feliz. Acho que se ele tivesse tocado hiphop teria feito uma santa diferença no âmbito geral da festa.
     Em seguida, foi a vez do residente do Green Valley, André Pulse. Apesar de ser suspeito pra falar, por gostar do som dele, eu não imaginei que fosse ouvir o que ouvi, mais uma vez dado o conceito da casa. Mas não. Um som super interessante, uma pegada de techno absurda, não muito acelerado, mas com muito grave e muito groove. Que também, foi set pelo qual, junto com o da Aninha, conseguiu pagar a festa. Uma pegada bem Dubfire, músicas que eu nunca havia ouvido antes e tudo mais. Muito legal ter visto o Pulse tocar por aqui mais uma vez. E mais uma vez me agradou bastante o som dele.
  
*Estrutura:
    Tecnicamente, uma série de erros e mais erros. Organização displiscente. Na prática a filosofia funcionou assim: "foda-se, é a última vez que usamos o nome Sedna, o negócio é ter lucro". E tiveram. Verba para um P.A. descente eu sei que o staff tinha. Mas era um som fraco, com excesso de médio e falta de grave. Dentro de 125m², o som se propagava com facilidade e com nitidez. Mas, fora dos limites da "pista", o que se via e ouvia era um som fraco, e que dada a geometria da locação, o lado esquerdo do palco (do ponto de vista da pista) ficava com o som baixo a ponto de se conseguir falar no celular com facilidade.
    Na parte visual, apesar de não impressionar tanto assim, ficou bem bonito. As treliças da estrutura geoespacial da pista tiveram, na parte superior, telões de led instalados em suas 4 faces. Então, ficou bastante interessante. No palco, mais seis painéis verticais de led, porém, faltou um outro telão grande logo atrás da mesa de equipamentos do DJ. Mas apesar da falta deste telão, a parte visual ficou bem interessante. Jogos de luzes foram criados na área edificada do espaço, além da iluminação dos camarotes que tinham uma decoração semelhante ao do próprio Sedna Lounge. Ficou legal, mas nada impressionável.
    Bares, camarotes e outras coisas do gênero não vou comentar porque este post se trata da parte de música, e da qualidade do evento do ponto de vista técnico.

*Público:
    Talvez a parte mais complicada... O que se pode dizer de um público de 8mil pessoas, em que na prática, 98% dessas pessoas não estavam dando a mínima pro que estava tocando? Ou pior, o que dizer desses mesmos 98%, como sendo pessoas extremamente mal educadas, grossas, arrogantes e prepotentes? Desde que criei este blog, é disso que critico. 8 mil pessoas, mas nenhuma vibe. O hype simplesmente não existia. Um público que estava bem mais preocupado em aparentar ser uma coisa que não são, pra outras pessoas que eles não gostam notarem. Carros importados, roupas de grife, pessoas relativamente bonitas. Mas e aí? Não adianta nada ter tudo isso, se a essência de estar ali, estar ausente. Estar num lugar pra se divertir, esquecer problemas profissionais, pessoais ou quaisquer que sejam. Se divertir no matter how, não ligando pro que pensam, pro que dizem sobre você. Não consegui ver ninguém curtindo a festa como deveria. Então, pra ficar legal, boa parte se droga e/ou bebe demais. E mais uma vez, levaram o alicerce pra boa balada pra fora da música, que é o que teoricamente, faria a festa ser legal.
     Num lugar onde o público é uma merda, os sets vão ser uma merda, e a música vai ser uma merda. E então, sem droga nenhuma, vai ser uma merda. Sem puxar saco. Deep Loop com 1/8 do público conseguiu ser inesquecível em 4 edições. Essa festa em 4 edições fez ser totalmente esquecível. A essência do que faz a balada ser legal foi totalmente jogada fora por pessoas absurdamente imbecis, com direito a plaquinha da casa concorrente nadando na galera, me fez sentir náuseas. Ter visto as pessoas como vi, mais uma vez, e ter visto como é o comportamento 'da massa' de Goiânia, me fez lembrar de algo que o saudoso poeta Fernando Pessoa, em toda sua sabedoria sempre dizia, e hoje carrego comigo, pra me tornar uma pessoa melhor, que espero do fundo do meu coração, que Goiânia inteira APRENDA: "O que vemos não é o que vemos, e sim o que somos." Talvez, se esse público, se essas pessoas, entenderem o significado dessa passagem, talvez, tenhamos um lugar com uma vida noturna mais legal. Aparência, status, não interessam, se seu conteúdo, por trás de todas as máscaras, for totalmente diferente daquilo que você tenta aparentar ser. Então pessoas, vamos começar a refletir a respeito. Porque a vida noturna de Goiânia hoje, é um lixo completo. Salvo raras excessões. Obrigado.


*Resumo geral:
     Nota pra festa? 3 ou 4 numa escala de 0 a 10. Nota pro público? 1, por alguns que souberam apreciar e ouvir o profissional que estava ali, fazendo o que mais gosta pensando NELES. Da minha parte: festa fraca, público fraco, sem vibe, sem nada. Reprovei todos os sets menos dois: Aninha e Pulse, por terem tocado o que eu gosto, com profissionalismo, técnica e mostraram bom conhecimento quanto ao mercado. Quando voltei pra casa, tive a sensação de ter sido só um sonho ruim. Antes fosse. Na real, perda de tempo, dinheiro e paciência. Menos glamour, menos luxo, menos (falsa) ostentação e mais música por favor. Obrigado.














segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Old is cool



    Hoje em dia, todos aqueles que hoje são DJs por amor à música, pesquisam freneticamente por novas músicas, estão sempre atualizados quanto ao mercado musical dos quais estão inseridos. Eu mesmo, pesquiso quase que diariamente por novas músicas, e de preferência, por tracks que ninguém tem. Quase um vício. Entretanto, todos sabem que algumas músicas, por mais antigas que sejam, se fazem sempre muito "atuais" quanto a sua sonoridade, ou seja, mesmo não sendo músicas novíssimas, são possíveis de se tocar em meio a um set tão atual, dada a qualidade da produção.
    Existem as músicas que jamais saem dos cases dos DJs inclusive por uma questão de se encaixarem perfeitamente em sets novos. Mas, há um tempo, começou-se uma prática bastante interessante que é "a onda do Oldschool".
    Em termos de house, a idade da música não interessa. O que interessa é ter groove, ter o poder de agitar uma pista de modo quase único. Num set de house, músicas nostálgicas muito provavelmente têm o poder de causar frenesi numa pista, principalmente se a pista for igualmente bem informada em termos de música. E então, vemos cada vez mais DJs conceituados tocando músicas antigas.
    Na prática, não importa a data. O que interessa é o groove. E a melhor parte é que cada vez mais, as tracks mais old school, na pista, tem dado um resultado bastante surpreendente. Mesmo os mais novos, que não chegaram a ouvir aquelas músicas em baladas, provavelmente se lembram de ouvir tocar em algum lugar.
  


      A maioria das músicas antigas que fazem mais sucesso nas pistas de hoje, são as que foram produzidas entre 92 e 95. Os synths eram bastantes característicos, e quase que todas as vezes que tocamos músicas assim hoje, e em qualquer lugar do Brasil, a aceitação é sempre muito boa, principalmente por parte dos mais antigos na noite.
      Recentemente vi uma track, de 89, com uma pegada totalmente deep house, bem low bpm, provavelmente entre 115 e 118 bpm, o que pra uma música de 89 é demasiadamente lenta. Quer dizer... é possível notar, mesmo numa música de 1989, elementos que se encontram em produções concebidas dentro do deep house de hoje, fazendo essa track se encaixar muito bem em sets com músicas super atuais. Se trata de DA Rebels - House Nation Under A Groove:


    
    Outras duas músicas que tem aparecido bastante em sets de DJs conceituados, como Dubshape (João Lee & Alê Reis) e Phonique, datam da década de 90, não sei precisamente o ano em que foram lançadas, mas foram muito tocadas por Fatboy Slim em seus shows na praia de Brighton, na Inglaterra em 2002. As duas tracks em questão, se tratam de um remix e uma produção própria de Kid Creme, são: Austin's Groove e Shakedown - At Night (Kid Creme Remix):

*Shakedown - At Night (Kid Creme Remix):

*Kid Creme - Austin's Groove:


     Na prática, é notório que não necessariamente um set bom, precisa ser 100% atual. Já que músicas antigas também representam não só pesquisa incessante, como também uma cultura musical apurada e rica, desde o que fez sucesso há anos, ao que faz sucesso hoje. Fora que, um tempero old school num set, pode ser bastante interessante, fazendo a vibe de qualquer pista se tornar ainda mais incrível. Essa vibe, é positiva tanto pro artista que está se apresentando, quanto para o público.
     Outra música, não muito antiga, mas que sempre que possível, eu toco. Por gostar, por ter groove e por ter uma atmosfera legal, é Lux Dementia, do Afrilounge. A track data de 2005, e apesar de ser uma música de 6 anos de idade, o que é muito para a música eletrônica, ela se encaixa muito bem em qualquer set de deep house.


     Resumo da ópera: Aos que estão começando, já começaram, já tocam e tem aversão ao antigo e nostálgico, tá na hora de rever seus conceitos. Pesquisa musical rica, apurada, produtiva e útil, envolve o novo e o antigo. Digo isso inclusive, baseado em sets de um dos produtores e DJs mais aclamados pelo público mundial, que é ninguém menos que Ricardo Villalobos. Os sets dele sempre tem algo antigo, ou com uma atmosfera revival, trazendo esses elementos do old school de volta em músicas recentes. Old is cool.
















quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Os potenciais sons do futuro



    Quem vive na cena eletrônica, pesquisa e busca por novas músicas, estando dentro do conceito ou do comercial, sabe que música eletrônica é um mercado em constante evolução e movimento. Por exemplo, nitidamente o deep house evoluiu muito desde que comecei a ouvir em 2006, 2007, até os dias de hoje. O modo como as músicas são construídas, melodias, velocidade, tudo isso ganhou novos ares, com base em novas experiências conforme o tempo foi passando.
     De uns tempos pra cá, tenho ouvido sons novos pra mim, e que tem se popularizado cada vez ao redor do mundo. Uns são mais conceituais, mais abstratos, outros nem tanto. Uns tem uma característica revival, trazendo alguns elementos da disco music, dos anos 70, de volta para produções novíssimas, outras, são uma mistura de alguns conceitos.
     Muita gente, principalmente no Brasil, além de não ter o hábito de ouvir, pode não conhecer e não gostar muito de dois gêneros que eu particularmente acho que podem ser uma prévia do que pode vir a bombar as pistas daqui a alguns anos. Se trata do nu-disco/indie dance, e do dubstep.
     Historicamente, o dubstep nasceu em Londres, um dos primeiros lançamentos data de 1998, segundo li na internet, o dubstep pode ser definido por "produções com linhas de baixo esmagador e padrões de bateria reverberante, com trechos sampleados e vocais ocasionais". Assim como o drum n' bass, é um som pesado, quebrado, e quase que essencialmente underground, dado o conceito em que foi criado. Apesar de eu não conhecer bons artistas produtores de dubstep, já ouvi várias músicas das quais eu gostei bastante. Vou postar 3 dos melhores dubsteps que eu já ouvi, e que seguem uma linha de som mais limpa, sem muita "sujeira", uma com um vocal marcante e muito interessante por sinal, uma somente com vocal ocasional, e uma sem vocal algum.

*Joker - Snake Eater

*Prodigy - Warrior's Dance (Benga Remix)

*Rusko - Woo Boost

     O nu-disco por outro lado, se assemelha bastante com o house em alguns aspectos. Muito ouvido na Europa e na Austrália, o gênero vagarosamente tem aparecido no mainstream dos Estados Unidos e da Ásia. Eu acredito que com o passar dos anos, vai acabar chegando por aqui com mais força e acredito que vai acabar sendo muito ouvido ainda. Historicamente, o nu-disco é produzido com tecnologia moderna mas com características da disco music e da dance music dos anos 70 e 80. Uma espécie de pin-up, ou revival mesmo, nova maquiagem pra uma composição antiga. Eu ainda acho o gênero um tanto quanto abstrato, considerando que foi lançado o termo nu-disco pra se definir as produções que eram lançadas como electroclash e deep house.
     O termo 'nu' é usado como um qualificador pra disassociar o sub-gênero de idéias populares a respeito da própria disco music dos 70 e 80. As idéias sobre a definição do nu-disco ainda são bastante diversas. Enquanto uns dizem que qualquer coisa que brotou desde o fim dos anos 70 e início dos anos 80 que ainda use elementos de músicas dessa época, é nu-disco, outros dizem que na realidade o gênero é eurodisco com forte influência de electroclash e italodisco.
     Na prática, o nu-disco tem se mostrado bastante competente de fazer as pessoas se mexerem numa pista. E apesar de não ter características de sons mais conceituais como é o caso do dubstep, ou underground como o drum n' bass e o techno, ainda é um pouco desconhecido. Mas, muita coisa do que se toca hoje em sets de deep house, são nu-disco. Se seguem algumas músicas claramente nu-disco (segundo o próprio Beatport) que eu também gostei bastante, e inclusive tenho tocado.

*Lee Foss - U Got Me

*Jamie Jones - Ruckus

*Azari & III - Reckless For Your Love (Permanent Vacation Remix)

     Sim meus amigos, Reckless For Your Love é nu-disco! Para finalizar, espero que gostem das tracks que postei.