sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Novidades antigas, mesmice e números tendenciosos.



   Ontem, um amigo meu me mandou pra olhar o ranking do Top 100 Djs da Dj Mag inglesa. Eu juro que cheguei a dar risada, de tantas coisas que julgo serem tendenciosas e completamente descaradas nessa eleição, que pra mim, parece mais escolha a dedo de quem vai entrar ou não no ranking.
   Devo reconhecer, que muita gente que está lá, realmente fez por merecer e tem seu devido respeito espelhado em sua posição no ranking, mas outros, apesar da relevância na cena eletrônica, acredito que caiu na mesmice e não acrescentou em nada pra cena, ou seja, basicamente se acomodou em termos de evolução na qualidade da produção, dj set, e tudo mais relacionado à carreira do artista.
   Na minha humilde e que também não deixa de ser tendenciosa opinião, Armin Van Buuren já deu o que tinha que dar nesse top 100. Eu não tenho certeza mas provavelmente é o 3º ou 4º consecutivo que ele está em primeiro lugar. Desmerecido? Não, mas creio que há outros artistas que mereciam ocupar aquele lugar, outros artistas que talvez tenham tido uma relevância maior, talvez tenham produzido melhor, lançado melhores álbums. Não sei.


   Aliás, pra ser sincero, ainda acho que esse ranking deveria ser organizado separando artistas por seus gêneros musicais principais. Naturalmente, não dá pra comparar e falar em melhor ou pior, euro trance com deep house. Apesar de inseridos no mesmo contexto musical, são dois estilos bastantes distintos.
   Além de tendencioso e eu achar que rola um protecionismo, há vários artistas que eu nunca nem mesmo ouvi falar. E não é por falta de pesquisar. Os top 100 de mais baixadas deveriam pelo menos trazer uma outra música desses caras que eu nunca vi na vida, pelo menos né?
   Pra ser sincero, apesar de eu não manter todo esse contato com outros estilos fora do tech house, techno e deep house, acho no mínimo foda ver Ferry Corsten batendo em 9º lugar. Achei também, muito esquisito ver Infected Mushroom em 13º, por mais que tenham sido grandes artistas no passado, quase não se ouve falar da dupla israelense mais... Nem turnês, nem festas, nada. Tem coisa de dois anos que não ouço falar deles, no mínimo.
   Eu acho esse ranking tendencioso pelo seguinte motivo: artistas de vertentes mais underground nunca estão entre os 100. Apesar de vermos Richie Hawtin em 31º, é um dos pouquíssimos representantes do som mais conceitual no ranking da revista. Mas fiquei surpreso com a 50º posição de Umek. Techno mais áspero no top 100 também é coisa de se espantar, já que a maioria dos artistas seguem na linha do house, progressive house ou electro house e ainda bem né? Umek emplacou inúmeras músicas em top 100 de mais baixadas de várias lojas online.
   Talvez eu seja apredejado, os leitores deste blog de 'bosque', e todo o resto do universo se vire contra mim, mas eu ainda acredito, que o ranking da Dj Mag inglesa se baseia somente em quem toca nos clubes ingleses e nos clubes de Ibiza. Como eu disse, apesar de poucos, existem representantes da cena underground, mas ainda assim, podia ser melhor.


      Eu sempre me pergunto onde estão os artistas que eu gosto de ouvir nesses rankings. Eu sei que tem que ter grande relevância na cena e tudo mais mas... Phonique, Audiofly, Format: B, D-Nox & Beckers, Dusty Kid, não são comparáveis a Pete Tong? Pelo menos me serviu de consolo, apesar de triste pela colocação, mas Joris Voorn em 88º eu achei uma sacanagem. Esse ano foi, provavelmente, um dos melhores anos da carreira do produtor holandês e mesmo assim o colocaram em 88º? Compreendem porque acho tendencioso? Onde estão Gorge, Àgnes, Soul Minority, Pablo Fierro, Claude VonStroke nesses top 100? Não gosto de ver essa mesmice nesses rankings. Só com progressive house, house, e euro trance, praticamente em toda a lista.
   Me perguntavam sempre sobre isso, de quem eu acho o melhor e tudo mais. Eu simplesmente não sei responder. Pra mim não existe um melhor. Os caras que eu admiro, acompanho o trabalho, e me identifico com o som, eu gosto de todos na mesma proporção. Eu posso até ter um favorito, mas não os defino como melhor ou pior que um ou outro. A música é nivelada. E gosto é igual braço. O que eu gosto pode não ser o que você gosta ou o que uma maioria gosta. Gosto é relativo, e na minha cabeça rankings são puro papo furado. Ou, talvez, devessem mudar o nome de melhor do Mundo, pra dj/produtor favorito. A música é tão diversificada que não deveria ter uma classificação de melhor ou pior como acontece no Oscar. Melhor filme é melhor filme por sua trama, suspense, personagens, ou qualquer outro item avaliável. Isso não acontece na música. Muito menos na música eletrônica.
 











sábado, 23 de outubro de 2010

D-Nox @ Club Fiction: Incrível

  




   Espetacular. É a melhor definição para a noite do dia 22 de outubro no Club Fiction. Como eu já havia especulado, a noite começou com um warm-up bem legal do Renato Borges com Alex J. logo na seqüência. Deep house, muito deep house, e deep house de ótima qualidade. Naturalmente, o som do warm-up pode ser, em gráfico, ou uma curva ou uma reta ascendente, já que o objetivo é passar a pista quente para o techno do alemão, e basicamente foi o que aconteceu. Começo bem deep, e conforme foi chegando no final do set, creio eu que, o Alex começou a fazer uma leve mescla de house com tech house e chegando a tocar até um som de deep house mais clássico. E hoje, eu o considero o melhor dj e o melhor warm-up de Goiás.

   Olha... pra falar a verdade eu nem lembro que horas eram quando Christian Wedekind a.k.a. D-Nox começou a tocar. Creio eu que eram mais ou menos duas da manhã. D-Nox começou set com tech house, algumas músicas eu até conhecia, mas tudo com um certo peso, dando aquele tempero de techno. Seu som foi parabólico, ou seja, basicamente, o dj set teve uma indrodução de umas 4 ou 5 músicas bem tech house, então houve uma ascendência, chegando ao techno e nele permanecendo até começar a encerrar, quando houve uma descendência, voltando pro tech house e entregando a pista para Fabrício Roque fazer o after.
   Como sempre, seu som é espetacular, sempre muita novidade, muita música que ninguém conhece. Além de tudo D-Nox é uma pessoa muito carismática, e usa desse carisma na interação com o público, tornando ainda melhor a vibe da balada. D-Nox, além de tudo, com seus 16 anos de carreira, desenvolveu uma técnica de mixagem toda particular, com cortes precisos e entradas bem feitas. Considerando todas as características, claramente faz jus à fama e o respeito que tem na cena eletrônica mundial. Poucos djs e produtores têm tamanho reconhecimento como D-Nox em toda a cena, e por isso, faz com que cada balada seja única. 
   Meu amigo Vj Felipe Monteiro, gravou 1h de áudio e vídeo montado e cortado na hora da balada. Assim que ele postar, ou me mandar, posto aqui pra que todos tenham uma breve noção do estrago que D-Nox fez no Club Fiction. Resumo: Casa lotada até as 7 da manhã. É autoexplicativo não é verdade? Assim que conseguir, postarei. =]

























sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Techno alemão e suas tendências





Esses dias um amigo meu me mandou pra ouvir o som de dois produtores, Thomas Fehlmann, alemão e Peter Van Hoesen, belga. Eu achei o som do Thomas Fehlmann bastante característico dos produtores de techno alemães, ou pelo menos, com alguns dos produtores que considero ícones da cena alemã. Pra ser sincero, semelhante, muito semelhante com o som de dois caras que eu particularmente sou muito fã, que é Kollekvit Turmstrasse.
Thomas Fehlmann
Kollektiv Turmstrasse
   Inegavelmente, o Kollekvit Turmstrasse são muito bons remixers, mas em se tratando de produções originais, eles seguem uma linha que hoje eu já chego a acreditar ser uma tendência na música eletrônica da Alemanha. Seria uma linha abstrata, algo tipo um techno indefinido, com elementos de minimal, seguindo uma linha deep... é um som muuuuito bom. Ná prática, não tem a pressão e os graves definidos e pesados do techno tradicional, mas carrega consigo alguns elementos, como a poquíssima, pra não dizer rara presença de vocais, mas com uma pegada minimalista, com uma certa melodia, notável principalmente no deep house. Ou seja, é como se fosse uma nova vertente. E percebi muita similaridade nas produções do Thomas Fehlmann, e do Kollekvit Turmstrasse, talvez em elementos, já que o som do Fehlmann é tão conceitual que serve mais como base remixavel do que como música pra se ouvir em baladas. Apesar dessa diferença, a melodia de suas músicas em muito se parecem com Kollektiv Turmstrasse.
Capa do álbum One To Three de Thomas Fehlmann [R&S Records]
      Mais semelhança ainda com Kollektiv Turmstrasse, é o som de Peter Van Hoesen. O belga segue uma linha também muito melódica com loops extensos, graves bem definidos porém nem tão pesados como acontece no techno tradicional. Melodicamente impecável, seu som é bem envolvente, daqueles viajantes. Devo dizer que viajei como viajei quando ouvi No Regular Play - Owe Me (Nicolas Jaar Mix), pra mim, Van Hoesen foi uma novidade e tanto. Recomendo a todos que gostam de um bom techno, ouvir o excelente trabalho destes dois produtores.
Peter Van Hoesen
   Não distante dos produtores citados, temos Boris Brejcha, que já é mais fácil a definição de seu som. Ele basicamente produz tech house, minimal e techno, tudo bem definido musicalmente, arranjos, graves, melodia. Digo que é o único minimal que ainda ouço. Boris segue também, características únicas em seus trabalhos, sempre synths bem carregados, mesmo no minimal, ou no tech house, o techno está presente em todas as suas produções. Seria um leve, pesado. Hoje, é dono do selo Harthouse, que já lançou inclusive músicas do brasileiro Anderson Noise.

   Hoje eu até arrisco dizer que o som alemão, no techno, tech house, minimal, são praticamente uma tendência. Esse abstracionismo, tem estado cada vez mais presente no techno mundial, e tem influenciado vários jovens produtores do mundo. Se o trabalho de todos esses jovens produtores tiver a qualidade do que se encontra na Alemanha, essa nova tendência será muito bem-vinda e creio que tem muito a acrescentar à cena eletrônica mundial.














quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Áudio, visual

   A relação entre um dj e um vj em um balada, antigamente, era basicamente de complemento. A parte visual da balada era apenas um complemento ao som, coisa que até hoje é assim em algumas casas do Brasil. Porém, a relação entre vjs e djs é bem mais que isso. Eu arrisco dizer que praticamete 50% da balada é de cada um. Às vezes o visual é tão impressionante que o áudio nem se destaca tanto. Digo... é como se os dois fossem uma coisa só, esse lance de áudio e vídeo. Uma balada onde não têm vjs é nitidamente mais simples, e torna tudo mais pobre, inclusive o som. A impressão que eu tenho é que o visual enaltece o som, como se sem o visual, o som ficasse mais sem graça. Talvez por isso que os clubes hoje em dia invistam tanto em vjs, telões, TV's de LCD, e outros elementos visuais. Clipes como este excelente trabalho do Vj Axell, o Promo 05 , geralmente são o que rolam nos telões das melhores baladas do País, pra não falar Mundo. Em um ambiente onde os telões não só completam, como também são parte fundamental dos bons shows e eventos de música, eletrônica ou não. 




   Entretanto, há eventos onde o visual é tão impressionante que talvez se destaque mais que a própria música. Uma dupla de vjs, François Wunschel e Pier Schneider são arquitetos de som e luz. A dupla já produziu diversos clipes, mas, os que receberam maior destaque foram V-Mirror para o Vitalic, SQUARE-Cube para o DJ Ètienne de Crécy e o Boombox para o Godskitchen Party. Já vi muitas produções de vídeo legais. Tanto nas baladas que já fui, como em vídeos no YouTube. Mas nada chegou perto do que esses dois fizeram. 


   O Boombox é tão incrível que o dj era mero acessório. A presença dele era praticamente irrelevante, apesar de o show depender dele, o colocaram num pequeno espaço, dando maior ênfase e espaço para a produção em vídeo de François e Pier. Igualmente impressionante, o tamanho da estrutura do evento e a locação utilizada, uma espécie de predio histórico com uma praça na parte frontal do edifício. Muito bom gosto e bom senso tanto em efeitos visuais, como em locação, que deu um ar todo especial ao evento, que talvez, não seria tão impressionante se fosse outra. 

   Infelizmente, não sou tãããão por dentro de projeções e VJing para pode me aprofundar mais no assunto e explicar melhor como tudo funciona. Vou procurar estudar a respeito pra então postar aqui, e não postar nenhuma asneira. Mas vale a pena conferir o vídeo que postei. Existe um outro, maior que mostra o processo de montagem do palco e até o momento em que o evento começa com frames acelerados. Segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=t47Xd89MIDA. Vou aproveitar para deixar aqui, o site dos responsáveis pela pequena projeção: http://thecreatorsproject.com/pt-br/ Vale o click. =]






















terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cena regional, lançamentos e deep house






  Hoje eu passei uma boa parte do dia pesquisando charts, lançamentos e até dei uma olhada no top 100 de deep house do beatport. Inclusive parei pra ouvir, e gostei bastante do chart de um produtor e dj chamado Giom. O chart dele traz basicamente house e deep house, e tudo MUITO bom. No chart consta uma música original e um remix de própria autoria, Kruse & Nuernberg, um remix do Pol_On, uma música de própria autoria remixada pelo Pezzner, entre outras. Há nesse mesmo chart, uma música que me chamou bastante atenção, tanto pelos arranjos, como pelo vocal, como pelos synths. Com certeza estará em meu case e em meus sets mais warm-up. Trata-se de No Regular Play - Owe Me (Nicolas Jaar Mix) , lançada pela Wolf+Lamb Music, definida pelo beatport como minimal, achei ela bem deep house. Achei realmente impressionante a qualidade do trabalho do autor, no caso remixer. Vou começar a prestar mais atenção nesse Giom. Além desse chart incrível, ele está com pelo menos 2 tracks no top 100 de deep house do beatport.



  
   Mudando de assunto... Esses dias eu reparei o tanto que a cena regional cresceu. Regional leia-se centro-oeste. Até pouco tempo atrás, ver grandes nomes tocando em Goiás ou Mato Grosso era meio... difícil. Só as atrações que tocaram e vão tocar esse ano em Goiânia, Cuiabá e Brasília, são dignos de respeito. Goiânia pôde conferir Phonique, Audiofly, David Guetta, Martin Eyerer, Boris Brejcha, Christian Smith, Steve Angello no Sedna Lounge, Sebastian Ingrosso também no Sedna, AN21 também no Sedna, Kaskade, no Sedna, e isso só esse ano. Antes disso já tinham vindo D-Nox, em dezembro de 2009 no Club Fiction, Deadmau5 em 2008, Dusty Kid, também em 2008, Gaz James em 2009, isso pra não falar dos grandes nomes nacionais como João Lee, Mora & Naccarati Live, Carlo Dall'Anese, Ingrid, Junior C, Diogo Acciolly, Anderson Noise, Renato Ratier, entre tantos outros nomes que não me recordo. E ainda, estão por vir, David Guetta novamente, D-Nox na sexta e o monstro do electro house Erick Morillo, no Sedna Lounge.  Além disso, o Centro-Oeste conta com outros bons clubs, o Alizzari Disco em Anápolis (GO), Lotus e Garage (MT) em Cuiabá. Nestes outros clubs, estiveram tocando, Manuel De La Mare, 2000 And One (Garage/Alizzari), Phonique (somente Garage em Cuiabá, creio eu), e por um pequeno problema, acabamos por perder Gorge na Alizzari. Essa é a cena do Centro-Oeste crescendo cada vez mais e fazendo as noites de balada ficarem cada vez melhores regadas a um som cada vez melhor e tornando a noite goiana cada vez mais legal tanto para artistas como para público. Esse crescimento talvez seja o motivo de trazer para Goiânia franquias de clubs como a Pacha, o Royal e o Café De La Musique, que devem inciar suas atividades entre 2011 e 2012. Só resta agüardar pra ver como vai ser. E na minha opinião, esses novos clubs têm tudo pra fazer a cena goiana ficar cada vez mais forte. E tornando o Centro-Oeste numa referência, assim como São Paulo é, em termos de música eletrônica de qualidade


























Deep ao pé da letra

   De todas as vertentes da música eletrônica, acho que a que tenho mais tido contato é o deep house. Tenho ouvido bastante, talvez um pouco por influência do meu amigo Alex Justino, que é dj de deep, um pouco por querer correr um pouco da barulheira que tem aparecido no tech house. O fato é que estudando melhor o deep house, pude achar muuuuita coisa de qualidade no mercado. Dos produtores que tenho estado mais antenado, um deles é Florian Kruse, que produz com seu parceiro Nils Nurnberg. Donos de vários EPs, lançados pelos melhores selos do mercado mundial, Kruse & Nurnberg além de ótimos remixers, suas produções originais também me surpreenderam. Assim como Gorge, seguem uma linha totalmente singular, um pouco em cima do muro entre o tech e o deep house, suas tracks têm me deixado bem satisfeito e têm estado na minha case quase que constantemente. Destaque eu dou no EP "Sliced & Chopped", lançada pela Lazy Days Records, que tem em todas suas 3 tracks, ótimas músicas. Deep house e tech house muito produzidas, com linhas de grave fortes e bem definidas. Sliced, minha preferida, segue com elementos de deep house e tech house. 
Capa do EP Sliced & Chopped 
   Porém, album que me chamou a atenção, muito pela qualidade das músicas presentes, e por muitos produtores que desconhecia, o álbum Deep In House vol. 4, lançado pela Gastspiel Records ficou bem legal. Traz produções e remixes de grandes artistas como SCSI-9, Aki Bergen, Loco Dice e Solan. Além de produções que particularmente me agradaram bastante como a track Fool About produzida por Albena Flores, que apesar de classifacada no Beatport como tech house, na minha cabeça, traz elementos de puro deep house, e também elementos de tech house, ficando assim meio difícil de se definir o estilo da música em questão. 
Capa do álbum Deep In House vol. 4
   Ainda esta semana, vou comentar sobre a apresentação do mestre alemão do techno D-Nox, no Club Fiction. A festa da Sprout Music, selo de sua propriedade, acontece na sexta-feira (22/10), e tocarão também Alex Justino, Fabrício Roque e Renato Borges. Infelizmente ainda não sei a ordem do line-up, logo não sei quem fará o warm-up. Mas pelo que bem conheço da Fiction, provavelmente o Warm-up será um b2b de Renato B vs. Alex J. ou Alex J. vs. Fabrício Roque, e o que sobrar encerra a noite e pega a pista quente de D-Nox. Com certeza será uma noite histórica para o Club. =]





















 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nacional com cara de importado.

   Hoje é inegável, músicos brasileiros tem recebido um destaque bastante maior que alguns anos atrás. Deixando de lado, a MTV com seus coloridos, e outras baboseiras que os jovens têm consumido, a música brasileira tem recebi destaque em um segmento praticamente inteiro controlado pelos europeus: música eletrônica. Em especial, o techno, o tech house, o deep house o progressive house. É bem fácil citar produtores, alguns ainda residentes no Brasil, que têm recebido um destaque na cena, e assim, ajudando a crescer e fortalecer a cena eletrônica da região em que estão inseridos como residentes de clubes, ou promovendo festas. A exemplo de um produtor goiano, que tem recebido uma atenção maior no deep house nacional que é Alex Justino. Residente de duas das principais casas do centro-oeste, o Club Fiction e o Sedna Lounge, Alex J, tem produzido deep house de altíssima qualidade. Suas produções em termos de arranjo, estilos de vocais, lembra - em muito - a nata do deep house europeu como Gorge, Jimpster, Pezzner, entre outros produtores que o influenciaram. No segmento do techno, o Brasil já conta com nomes de peso e altíssimo grau de respeito no exterior como acontece com o dj e produtor Rodolfo Wehbba, que atualmente reside na República Tcheca, tem produzido um techno bem áspero, e de alta qualidade. Eu, particularmente, acho que é um som ainda muito semelhante do que produzem Lutzenkirchen, Christian Smith, Fergie e Reset Robot. Mas ainda assim, seu som ainda é singular, onde é possível notar uma identidade musical. No progressive house, os brothers paulistas Viktor Mora e Rogério Naccarati têm feito ótimas produções nessa subvertente do house. Melodias muito bem arranjadas, com vocais gravados pela cantora também sorocabana Sady Medeiros. Hoje Mora & Naccarati estão presentes nas principais festas e clubs do País, se apresentam com o live Mora & Naccarati LIVE! Audiovisual, que contam com a presença do Vj Axell e da própria Sady nos vocais, dando uma cara do clássico progressive house europeu, mas totalmente produzido dentro do Brasil.
  
  Voltando ao techno, temos também o mineiro Anderson Noise, que já tocou e ainda toca nos melhores clubs underground do País, lançou em 2009 um DVD que conta um pouco da sua história e mostra algumas turnês pela Europa e pelo Japão, e um CD somente com produções próprias. Anderson produz no techno, uma linha que eu acho inclusive, meio abstrata. É techno mas indefinido entre o tech house, techno ou progressive house. Ainda não sei se o reconhecimento que ele teve se deve ao seu carisma, seu som, critividade ou tudo. Uma vez, ele teve a idéia de fazer um live broadcasting pela internet da balada. O fato rolou no incrível D-Edge. Fecharam dois camarotes, fizeram uma ilha no meio club, onde ficava a banda larga, e os caras faziam os cortes ao vivo, como se fosse uma transmissão de um jogo de futebol. Nessa noite, tocaram Anderson Noise, Gui Boratto e Renato Ratier. Fato que com certeza marcou a história do D-Edge, do Anderson e da música eletrônica nacional. O fato repercutiu tanto na cena, que tinha gente no Japão, nos Estados Unidos e na Europa mandando e-mails comentando sobre a balada. Os caras trabalhando lá e vendo a galera fritar na pista do Club.
   Talvez sejam essas inovações, somadas com a qualidade da música que eles têm produzido que tem feito da música eletrônica brasileira uma das mais pesquisadas nas lojas de música virtuais como o Beatport e o Resident Advisor. 
 Não podemos esquecer também, de Gabriel Serrasqueiro, vulgo Gabe, antigo produtor de psy-trance, que agora investiu no tech house e no techno. Lançou diversas produções de alta qualidade com Re Dupre e Du Serena, a maioria lançada pela Lo Kik Records, Sprout Music e Plastik Park, os dois últimos de propriedade do produtor de techno alemão D-Nox.
   Produtores brasileiros BONS, existem vários. Vários que eu não conheço a história, mas pude conferir algumas músicas como o próprio já citado Re Dupre e outros bons produtores e djs como Victor Ruiz, o monstrinho brasiliense do minimal Allan Villar, o também brasiliense Komka, e Hopper, todos no techno, Rafael Noronha, no technno e tech house. Joe K, no progressive house. Carlo Dall'Anese e Fábio Castro, que já tiveram maior imponência no mercado do progressive house, estão voltando com tudo no Sweetmad, uma espécie de electro rock, misturado com progressive house. Ulisses Nunes, também no progressive house. João Lee e seu projeto Dubshape, no deep house e tech house. Crossover, de Júlio Torres e Amon Lima, também no progressive house e no house. São inúmeros novos rostos no mercado da música eletrônica mundial, e como brasileiros, é preciso que o público dê mais valor na música que têm. Muitos ouvem, o som desses caras e quando ficam sabendo da autoria, ficam de cara, talvez por não acreditar no potencial da música nacional.