quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Privilege @ Club Fiction [21/12]


          Sensacional, talvez seja o melhor resumo para a noite de terça 21 de dezembro no Club Fiction. Desde quando D-Nox tocou no Club em outubro eu não ia ao Club, e considerando as circunstâncias da cena underground goiana, eu não imaginava tamanha vibe em plena terça-feira.
            
Alex Justino


Gustavo Carmona

            A noite começou com um back2back entre Alex Justino e Gustavo Carmona, começando com um deep house a 115bpm, o som da dupla teve um perfil parabólico, tendo ápices e kills bem sensatos, virando de 115bpm para 121 ou 122. Bem loopado, o set foi construído tentando segurar o máximo possível da pista, e mesmo durante os pontos de “pouca pista”, gerou vários gritos e muitas mãos pra cima. Em um dos melhores sets de Warm-up que já pude ouvir a qualidade do material que Alex e Gustavo têm tocado é fabulosa. O som é sempre bom, e sempre cheio de muita novidade, mas num âmbito de música onde a porcentagem de coisas boas não passa de 50% das músicas disponíveis no mercado, ouvir um som desse nível, garante frenesi em todo o público presente.
            Pra quem desejar ter um breve noção do estrago que Alex Justino e Gustavo Carmona fizeram, o download do dj set já está disponível para download no Soundcloud do Alex.
           
Aninha (Warung)



            A DJ seguinte era nada menos que Aninha, a residente do incrível Warung Beach Club de Itajaí-SC. Eu já havia conferido o som da garota na festa Deep Loop Open Air, também promovida pelo Alex, e de fato já havia pirado muito com que ouvi no dia. Mas na Fiction, talvez fosse pelo incrível sound system, mas gostei ainda mais do que ouvi dessa vez. Um set misto de deep house com tech house, músicas com linhas de grave extensas e definidas, conseguem conferir certo peso em certos aspectos, mas os synths das próprias músicas a tornam mais leve. Seria... Uma espécie de “pesado, mas leve”. O som dela é realmente incrível. Eu já a tenho como uma das melhores DJs que já pude ouvir ao longo da minha vida. Naturalmente, já era de se esperar um som muito bom, e de fato, a garotinha já chegou metendo a bicuda. O DJ set dela já está disponível para download em seu Sound Cloud
           
Renato Borges

          Óbvio que a responsabilidade de tocar depois de uma DJ assim é muito grande. E esse foi trabalho para Renato Borges. Eu já conhecia seu trabalho em warm-ups, e não pude conferir seu som na Deep Loop, e dessa vez peguei mais ou menos os últimos 25 ou 30 minutos de set. Achei que o som do Renato mudou bastante desde que o ouvi tocar fazendo o warm-up pro D-Nox, e realmente provou ser um DJ versátil, que toca desde hip-hop (que por sinal, é o melhor DJ de Black music da região), até tech house, e bem tech. E como sempre fez no hip-hop, o pau quebrou.
           
Ricardo Tatoo


            Por fim, encerrar a noite foi trabalho de Ricardo Tatoo, que começou o set apostando no tech house,e deu continuidade ao set entre o techno e o tech house. Porém, infelizmente, não pude conferir o set inteiro. E vale lembrar, que ele começou a tocar 5 horas da manhã. E não é fácil encerrar a noite com groove, e tocando após 4 ótimos DJs. 
            Desde que fui à Fiction pela última vez, imaginei que D-Nox fosse ser a última balada de alto nível, obviamente, no contexto do house, da casa. E, estava enganado, e fiquei bastante surpreso com o público presente mesmo numa terça-feira, em semana de Natal. A noite foi tão incrível, que chegou e me dar vontade de escrever este artigo, e foi como um presente de natal, dado pela Fiction para seu público. Mas, pra entender o que realmente foi essa noite, era preciso estar lá. Resumindo tudo, foi FODA.  
            Do ponto de vista do DJ, o Alex postou em seu website www.alexj.com.br um pouco do que sentiu na noite de terça e lá também tem o link para ouvir e fazer o download gratuito de seu DJ set com Gustavo Carmona. Confiram!




segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

[DJ set] Lucas C. - My Business




    Esse post, basicamente é para falar do meu novo Dj Set. Mixei no sábado, disponível para download e tentei manter entre o tech house e o deep house. Eu particularmente, gostei bastante das tracks.
    Busquei um set mais sóbrio, de perfil mais parabólico, começando com um deep house mais encorpado, subi o som gradativamente até um ápice com um tech house com linhas de grave bem fortes e kicks mais pesados, e descendo em seguida a mais deep house e tech house mais low bpm e finalizando com uma leve subida como eu faria num warm-up.
   Devo dizer que gosto bastante do som do warm-up. Tech house e deep house são particularmente os sons que acho mais bem produzidos e que de fato não são tão cansativos quanto um techno, que por ser pouco mais pesado, cria uma atmosfera mais tensa, sei lá.



  Nesse DJ set, busquei fazer algo mais a título de experiência e ver como sairia. Uma espécie de treino mesmo. E também, tentei tocar beeeem longe dos top 100, passando o pente mais fino possível nas tracks que utilizei.
  Além disso, dei uma leve alterada na técnica de mixagem. Em algumas tracks ficou muito bom, porém, aos meus ouvidos, em outras nem tanto. Mas de um modo geral fiquei bem satisfeito com meu trabalho. E para um trabalho meramente experimental, até que rendeu.
  É bem notável também, como este dj set tem a minha cara. Como já disse em posts anteriores, cada dj tem sua característica. Características que vão além da técnica, e vão até ao estilo das músicas tocadas. No mais, por enquanto é isso.
   Vou aproveitar meu blog, e vou divulgar inclusive sets de amigos e/ou outros djs que eu ouvir sets e gostar. Aí dou minha opinião a respeito do que foi tocado e tudo mais.
   Espero que curtam meu set. =]


*Tracklisting:

1) Mulder - All Over Again
2) Hermanez - Concetta
3) Sinc, Vito C., Gianluca L, Tarcisio Longobardi - Deep Throat
4) Arjuna Schiks - Discretion
5) Carlo Lio - Furrywallz
6) Varolslav - Little Bird ft. Boats & Girls
7) Rhadow - Loop Of 87
8) Marco Effe - Moony
9) Daniel Sanchez - No More Colour
10) Juan Sanchez - Rumor
11) Kuhlmannmensink - Sandoh
12) Danilo Cardace & Elia Perazzini - Voodoo
13) El Mundo & Satori - We're Only Human
14) Bas Amro - We've Got It
15) Luca Bear - Yulia
16) Danilo Cardace & Elia Perazzini - Return (Bonus Mix)
17) Harry Choo Choo Romero - Phuture (Joris Voorn Remix)
18) Crazibiza - Spinning Around (Tommyboy Remix)













segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Resenha: Gorge - Mood Remixes (Parte 1)

  

 Antes de começar a falar, eu gostaria de agradecer a todos que tem lido este blog. Quando comecei a escrever, não imaginei que tantas pessoas fossem ler, e gostar, do que eu escrevo. É muito bom ver que tem gente que realmente tem lido e gostado, fico muito feliz em saber disso. =] Muuuuito obrigado.
*
*
  Aos fatos: recentemente comentei sobre o novo álbum do Gorge, o Mood Remixes. Pois é, eu havia ouvido parcialmente e apesar de sempre tietar o trabalho de todos os produtores que remixaram as tracks e também o próprio Gorge, eu cheguei à conclusão de que realmente, o EP é SENSACIONAL.
   Fiz o download do EP inteiro hoje, e já dei o meu veredicto. Basicamente se envolveram nos remixes os melhores produtores de deep house, house e tech house da cena. Eu já havia gostado bastante do disco original, pirei bastante ouvindo. Principalmente as tracks Emefa, My Boots, Makena e Mooi.
   Ouvindo os remixes, de longe, a que mais gostei foi o remix de Milton Jackson para a track Emefa. Talvez pela pegada mais pesada da bass line, e talvez pela melodia. A track foi inteira transformada do que era um deep house bem low bpm, para algo que já consegue fazer uma transição pra alguma track que faz melhor uma pista.
  Outra música que gostei bastante foi o remix de My Boots feito por Daniel Dubb. Basicamente, o vocal ficou intacto, mas índole da música mudou por completo. Foi usado uma linha de grave bem carregada e com muito groove. Conferiu um certo peso, mas de certo modo consegue fazer pista. Ficou bem interessante. Os breaks mais curtos com um "turn back" mais forte ficou bem legal e com certeza, vai gerar muitos gritos nas pistas dos clubs e festas.
   A versão de Keya do Chris Lattner ficou bem tech house. Também mudou muito a track, bem som de warm-up. Eu gostei, mas acho que a linha de grave o kick poderiam ter ficado um pouco mais pesados, mesmo que talvez saísse da proposta de ser mais deep house.
   A versão de Xaxax de Terry Lee Brown Junior, por outro lado, mantém bastante a personalidade original da track do Gorge, e as mudanças são sutis. Pouco mais de peso foi adicionado aos kicks, bass lines e até os próprios hithats e ximbáu ficaram mais pesados, a melodia por outro lado, mudou pouco, e ainda deixou a track no patamar do deep house.



  Helmut Dubniztky também fez um remix interessante de Mooi. Também manteve a identidade original de música e basicamente extendeu e editou alguns breaks, adicionou synths simples de modo que a versão original só foi complementada e não mudada. Isso de certa maneira, mateve a identidade musical do autor original.
   Alex Niggemann foi responsável pela track Mi Vida. A música sofreu uma metamorfose mas ainda manteve a melodia e a linha de grave basicamente se intensificou. A track original que era quase um chill out se tornou de um deep house bem encorpado. Foram adicionados vocais mais marcantes que os meros auxílios da versão original, que acabaram por conferir uma característica meio obscura e uma pega de tech house em uma música completamente deep. Excelente, por sinal.
   Bom... essa foi a minha conclusão e minha opinião sobre o ep Mood Remixes (parte 1), estou ansioso aguardando o resto do disco remixado. Além de Gorge, provavelmente o próximo volume vai contar com remixes de também ótimos produtores, a nata do deep house e tech house mundial. Vindo de Gorge e da própria 8bit, não tem como sair coisa ruim.

















quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Djs e seus sets

            



            É notável, todo DJ tem suas próprias características e técnicas durante seus DJ sets. Essa característica pode ser técnica, músicas, método como o DJ faz uma pista ficar mais quente ou não. Basicamente depende dele e do horário em que ele vai tocar.
            Costumo dizer que é possível existirem três tipos de DJ sets, o warm-up, mais morno, com tracks menos pegadas, mais deep house e tech house, ou seja, menos pista. Há o headline, onde o DJ é a atração do dia e deve fazer mais pista, com tracks de muito groove, boa melodia e algumas com acapella pro som não ficar muito quadrado. E por fim, há o after party, onde pode ser uma mistura de warm-up com headline. Da pra tocar tracks de muito groove, tracks mais mornas, o que vai determinar isso é o horário, o DJ, e principalmente, a pista.

No warm-up, eu costumo dizer que existem três modos de se fazer um bom warm-up. Em gráfico, seriam uma reta crescente, uma curva ascendente ou uma parábola com concavidade para cima ou para baixo. Talvez soe complicado, mas não é. O que vai determinar o formato é a atração seguinte ao warm-up. Um exemplo: se o próximo DJ a tocar, tocar deep house e tech house, o som do warm-up pode ser uma parábola de concavidade para baixo. Começa-se mais frio, som vai subindo até um ápice, faz um pouco de pista, e se esfria novamente, pra não entregar uma pista cansada para a atração.
O formato de curvas ou retas ascendentes eu digo que são para quando o som do próximo DJ é mais pesado, ou seja, algo como techno, progressive house, ou qualquer outro som cujo bpm supera 125. Porém, apesar de tudo, isso não é uma regra e nem um decreto. Uma análise a grosso modo, diria que é mais pra algo que pode ser notado em DJ sets bons.
O after já é mais dinâmico que o resto. Basicamente depende do lugar, do horário, da balada e da pista pra ditar como vai ser. Há baladas onde o after é como se fosse um warm-up, e há baladas onde o after se destaca mais que a própria atração. Questão de público e também não existe receita.
Pra falar a verdade, eu mesmo nunca vi ninguém fazer uma comparação assim. Porém, acredito que graficamente, esse seriam os formatos de um warm-up, mas de novo, quem dita como o som vai ser ou não, é a pista. E obviamente, também depende muito da linha que o próximo DJ vai seguir. Mas é imprescindível que o DJ do warm-up saiba como é o som do DJ principal.
Outra característica dos DJs em seus sets são suas tracks. Muitos DJs de deep house e tech house não são muito chegados em som com acapellas, e muitas melodias, outros adoram. Essa característica faz com que cada set seja praticamente uma assinatura. DJ sets de DJs como Carlo Dall’Anese por exemplo, sempre contém algum rock, ou algo mais oldschool. E há também os que só tocam hits da moda. Questão de gosto, mas eu odeio.
Um DJ set que pude conferir na Deep Loop Open Air e que por sinal me deixou perplexo, foi o DJ set da DJ residente do incrível Warung Beach Club, de Itajaí-SC, a DJ Aninha. Simplesmente FODA, é a melhor descrição pro set dela. Seria um som que ao mesmo tempo que fez a pista bombar, podia ser um excelente warm-up pra alguma outra atração. Há muito tempo eu não via algo de tamanha qualidade vinda de uma mulher tocando, sem preconceito. Mas a maioria das moças que tocam, se tornam escravas de hits, progressive house e do odiado electro house vulgarmente conhecido como “poperô”.


Pra ninguém falar que estou falando mal de mulheres DJs, vou citar aqui minha amiga DJ Marie Bouret, do Rio de Janeiro. Uma das poucas que de fato gostam da cena underground, e ainda tocam tech house, techno e deep house de boa qualidade. Igualmente versátil, o som dela também se aplica tanto pra warm-ups, como para afters e headlines.
Outras DJs que também posso citar aqui e dão uma verdadeira aula de música são as DJs Ingrid da D-Edge de São Paulo, DJ Anna, agora do casting da Carambola Records e ex DJ da B-Side Records de propriedade de Carlo Dall’Anese, que inclusive tocou bastante com o brasileiro residente da Republica Tcheca Rodolfo Wehbba, e a também DJ carioca Dri.k. São todas muito boas no que fazem, ainda estão na cena underground e não precisaram se render para o progressive house, hits ou outras porcarias musicais pra conseguir gigs, ou pura e simplesmente conseguir gigs por serem mulheres e bonitas. 

Marie Bouret

Aninha (Warung)

Ingrid (D-edge)

Dri.k

DJ Anna (Carambola Records)
















































segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Gorge, o novo ícone do deep house




   Hoje, já dá pra afirmar, Gorge é o maior nome do deep house mundial. Não faz muito tempo que conheci o trabalho dele, coisa um ano, um ano e pouco, mas já foi o bastante pra ver MUITA coisa excelente. O produtor alemão, recentemente tocou no D-Edge em São Paulo, e notoriamente, o som foi excelente. Infelizmente, não ouvi muitos dj sets do Gorge, mas pelo pouco que conheci, é dono de uma técnica bem apurada, cortes precisos e mixagens extensas. 

  Recentemente, mais ou menos Junho, lançou o álbum Mood. São 11 faixas de muito deep house de ótima qualidade. Basicamente, traz à tona toda a identidade musical do produtor, e logo na semana passada, saiu a primeira parte do ep Mood Remixes, trazendo somente remixes do álbum em questão. Ambos lançados pela 8bit, selo de sua propriedade com o também produtor e dj Nick Curly, o álbum de remixes conta com trabalhos de Alex Niggemann, Chris Lattner, Milton Jackson, Daniel Dubb, Tommy Lee Brown Junior e Helmut Dubnitzky. Recomendo ouvir os dois. 
   Notoriamente, Gorge é um dos produtores que mais presto atenção na cena do deep house. E um dos que mais consigo extrair coisas legais. Pra todos aqueles que curtem um bom deep house e house, eu recomendo que ouçam suas produções. Sempre com uma certa leveza, e peso na medida certa, faz ser um som bastante agradável de se ouvir numa balada além de ser bastante versátil e servir tanto para warm-ups, como para fazer pista e quanto para fazer um after hours. 
  Para os que não conhecem Gorge, ou simplesmente nunca o viram tocando, vou deixar o link: Gorge @ D-Edge parte 2. Vale a pena o click. O vídeo demonstra a vibe e o alto nível da balada. 
  Eu até pensei em escrever mais, mas estou tendo um pequeno problema com falta de argumentos sem ser redundante. Então se eu achar mais coisas relevantes, volto aqui e atualizo o post. 

;)














terça-feira, 16 de novembro de 2010

Djing na era digital



   Muita coisa no mundo da música eletrônica mudou desde 90, quando baladas, boates e festas começaram a aparecer. Nesse tempo, a tecnologia era toda analógica, e apesar de já existir a mídia do compact disc, vulgo CD, na música eletrônica ainda se usava o vinil.
   Obviamente, novas tecnologias apareceram e então, eu arrisco dizer que, praticamente 85% dos djs do planeta abandoram os vinis para usar os agora muito famosos CD Players. Com muito mais recursos como marcação de BPM, gráfico de progresso da música, marcação de cue (que consiste em marcar um ponto na música), existe a possibilidade de fazer pequenos ajustes para mixar usando o jog, marcador de tempo, e a possibilidade de usar o CD, fizeram com que muitas pessoas largassem o vinil por causa dos CD players.
   Com o advento da internet e toda sua versatilidade, trouxeram os lançamentos mais frescos da música eletrônica pra mais perto do consumidor. Através de sites de lojas virtuais como o Beatport, o Resident Advisor e o Juno, além de oficializar os downloads, facilitaram o acesso dos djs às músicas. O que antes devia-se recorrer a lojas de discos, olhar e ouvir um por um, ou comprar em outro país, por ser mais barato, agora as pessoas podem fazer isso no conforto de suas casas. Gravar quantos CDs precisarem, e fazer downloads somentes das músicas que gostaram.
 
   É óbvio que não ia parar por aí. A tecnologia voltada ao ramo musical evolui, e evoluiu muito rápido, e hoje já existem os recursos digitais. Munidos de um notebook, o Dj só precisa de um controlador MIDI pra tocar. E o melhor de tudo, sem usar um CD sequer. E essa era digital possibilitou a volta do vinil às cabines. Utilizando uma placa de áudio externa, com discos time coded (uma espécie de ruído codificado) e então ligando no notebook o dj consegue tocar com vinil, utilizando as músicas do próprio notebook em formato mp3.
   Existe quem acredita que essas novas tecnologias fazem com que o djing se torne mais fácil, e quem é das antigas não costuma aprovar muito. Mas esses recursos digitais são tão versáteis, e tem um custo benefício tão bom, que até quem não é muito fã, tem aderido. O melhor exemplo, de interfaces de áudio utilizando notebook, é o Serato e o Traktor Scratch Live.
   Nessa nova era digital, em se tratando de discotecagem, a aparelhagem varia de acordo com o gosto (e o bolso) de cada um. Desde equipamentos que são somente controladores MIDI, a equipamentos multimídia. Recentemente a Pioneer lançou novas CDJ que além de totalmente compatíveis com esse novo tipo de formato, além de funções tradicionais de um CD player padrão. Isso acontece nas novíssimas CDJ 2000, 850, 900 e 400. Além dos controladores MIDI SEP-C1 e MEP 7000.
  Outra marca muito forte no mercado de controladoras e mixers é a Allen & Heath. O fabricante tem uma extensa linha de mixers e controladores da linha Xone, utilizado pelos melhores e mais respeitados djs e produtores da cena mundial. As controladores Xone mais utilizadas são a Xone:1D, Xone:2D, Xone:4D.
  Além da Allen & Heath, a Vestax tem sido bastante procurada pela classe de djs a procura de controladoras midi e mixers. A controladora mais procura da Vestax é o VCM-600, que é inclusive utilizada em lives de vários artistas. Além de mixers excelentes como o PMC-580PRO, se não me engano, a linha PMC foi elaborada sob supervisão de Carl Cox.
  Essa nova onda digital, tem possibilitado uma liberdade muito maior na hora de se construir um Dj Set. Possibilita que o dj tenha acesso a todo seu acervo de músicas, fazendo o set ficar mais dinâmico e mais bem construído. Quando se trata de CDs, o trabalho é mais limitado às músicas que foram gravadas e sempre ocorre de muitas boas músicas não serem gravadas. Ou seja, um dj que usa recursos digitais pra tocar, tem pelo menos 50% de chances de ter um dj set mais bem trabalhado, já que seu repertório está completamente disponível.



















terça-feira, 9 de novembro de 2010

27/11: Deep Loop Open Air

  No próximo dia 27 (sábado) acontecerá o Deep Loop Open Air. Uma das noites de maior sucesso do Club Fiction agora acontecerá ao ar livre, na chácara Marco Lélis, e trará os djs Aninha, residente da incrível Warung de Santa Catarina, Mauro Farina, residente do D-Edge no Paradise Afterhours de São Paulo, além dos djs Alex Justino, Fabrício Roque, Renato Borges, Hans, Fábio Alienato, Danke e Caramaschi, todos residentes do Club Fiction.
  Com certeza será uma noite incrível, com nove djs e muito house. Os ingressos estão custando 30 reais e estão/estarão à venda no Matahari Chopp House & Asian Food, Club Fiction, Psicodelic e Trupe do Açaí.
  

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Deep, deep, mais deep e um pouco de tech house




   Poucos artistas têm me agradado tanto como Aki Bergen, fato. O rapaz não só é um excelente produtor de deep house como também de house e tech house. E tenho achado seu som bem versátil, a título de atingir qualquer objetivo numa balada, after, warm-up, ou pista, e o mais impressionante: tudo com a mesma excelente qualidade.
   É notável também, que há selos que 'regulam' o que vão lançar em termos de estilo. Selos como a Sprout Music e a Plastik Park de propriedade do mestre D-Nox, lançam geralmente techno, tech house e minimal, Supernature deep house e tech house, 8bit idem, Get Physical, techno, tech house e deep house, e por aí vai...
  Mas assim como Aki Bergen, Neuroxyde, também tem produzido muita coisa legal. Trabalhou em diversos remixes e trax com o mesmo, e tem mostrado uma identidade musical bem legal em suas produções. Deep house e tech house com graves bem definidos loops de 8 beats em algumas músicas, e uso de auxílios vocais bem interessantes, que dão um diferencial nas tracks.

  Outro dia, havia deixado separado pra dar uma olhada no trabalho de Sergio Fernandez, fiquei MUITO supreso. Eu não esperava encontrar tanta coisa bacana. House, tech house, progressive house, deep house, tudo com muuuuuuuuito groove. Captain Bliss & Chris Coco - Harmonica Track (Sergio Fernandez Remix) [Toolroom Records] e Sergio Fernandez - Narimbo (Night Mix) [Nervous Records] são dois dos melhores exemplos de como tech house e house pode fazer uma pista ferver. Poucos produtores do deep e tech house tem produzido produções com tanto groove a ponto de ferver uma pista, ou pelo menos, é o que se tem visto nos diversos top 100 das lojas virtuais.
Aki Bergen




















Sergio Fernandez

















 



David Jones

   E além de house, há techno na bagagem de Sergio Fernandez, apesar de uma leve semelhança com tech house, ainda dá um puta groove. Recomendo a todos interessados que pesquisem a respeito desde artista que com certeza merece estar nas cases de todos os djs dos gêneros.
   Outro artista que devo dar o devido destaque aqui é David Jones, que lançou várias tracks pela Starlight Unlimited, e que por sinal, também produz bastantes coisas com Aki Bergen. David também segue na mesma linha dos dois produtores já citados, deep, tech house e house com bastante groove e dignos de pista quente. Ao contrário da maioria dos deep house e tech house onde servem mais para warm-ups, as produções destes três são tão diferentes que me deixaram supreso por essa característica.





















sexta-feira, 5 de novembro de 2010

So far, so Deep

  

   Nessa semana, usei parte do meu tempo disponível pra ver lançamentos de deep house no beatport. Sem top 100, queria somente ver o que estava saindo de bom e de ruim na cena eletrônica. Resultado? Me frustrei um pouco, mas me surpreendi bastante.
   Saiu no último dia 25, um álbum lançado pela NRK chamado de Deep Sensation 3. Como é um álbum, é um VA (vários artistas), e olha... tem muito cara bom e gente desconhecida inclusive no meio de figurinhas carimbadas no deep house como Kruse & Nurnberg. Gente que eu não conhecia, como é o caso de Nick Harris, que pra mim é o dono de uma das melhoras músicas do álbum. Além de Justin Drake e Chris Lattner, os quais tenho prestado mais atenção em seus trabalhos ultimamente.
   Obviamente, nem tudo que reluz é ouro. Claro que das 19 ou 20 tracks do disco, uma ou duas eu não gostei e talvez por serem muito experimentais e conceituais. Mas de um modo geral, o disco é excelente. Mas pra gostar, volto a dizer, tem que realmente gostar de house e de música eletrônica. Deixando de lado os "poperô" e outros hits. Isso meus amigos é MÚSICA. Realmente trabalhada com arranjos e músicas que não foram feitas pra serem hits. Recomendo bastante.


   Outro artista o qual vi um EP, lançado pela Wolfskuil Records e que merece seu devido destaque é Bas Amro, tem produzido deep house de excelente qualidade, sempre há uma melodia, graves em freqüências nem tão baixas, tornando o som mais leve, há auxílios vocais, e outros synths que servem para tornar a música ainda mais leve, bem típico de warm-ups de deep house e presente em sets dos melhores djs de deep house.
   O EP Le Huitieme Arrondissement, conta com duas tracks com o próprio nome, uma original, e uma remix de Pitto além da track Sunday Rut. As duas originais de Bas Amro estão no contexto do deep house e house respectivamente, enquanto que o remix de Pitto já segue em Breaks. São sons muito bons de se ouvir, que inclusive podem servir de inspiração para vários produtores e inclusive, para vjs produzirem seus loops. Recomendo ouvir também.

   Vou postar somente esses dois por enquanto, pra não ficar muito carregado os posts e tudo mais. Depois posto de outros artistas que têm me deixado surpreso com a qualidade de seus trabalhos. =]
















sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Novidades antigas, mesmice e números tendenciosos.



   Ontem, um amigo meu me mandou pra olhar o ranking do Top 100 Djs da Dj Mag inglesa. Eu juro que cheguei a dar risada, de tantas coisas que julgo serem tendenciosas e completamente descaradas nessa eleição, que pra mim, parece mais escolha a dedo de quem vai entrar ou não no ranking.
   Devo reconhecer, que muita gente que está lá, realmente fez por merecer e tem seu devido respeito espelhado em sua posição no ranking, mas outros, apesar da relevância na cena eletrônica, acredito que caiu na mesmice e não acrescentou em nada pra cena, ou seja, basicamente se acomodou em termos de evolução na qualidade da produção, dj set, e tudo mais relacionado à carreira do artista.
   Na minha humilde e que também não deixa de ser tendenciosa opinião, Armin Van Buuren já deu o que tinha que dar nesse top 100. Eu não tenho certeza mas provavelmente é o 3º ou 4º consecutivo que ele está em primeiro lugar. Desmerecido? Não, mas creio que há outros artistas que mereciam ocupar aquele lugar, outros artistas que talvez tenham tido uma relevância maior, talvez tenham produzido melhor, lançado melhores álbums. Não sei.


   Aliás, pra ser sincero, ainda acho que esse ranking deveria ser organizado separando artistas por seus gêneros musicais principais. Naturalmente, não dá pra comparar e falar em melhor ou pior, euro trance com deep house. Apesar de inseridos no mesmo contexto musical, são dois estilos bastantes distintos.
   Além de tendencioso e eu achar que rola um protecionismo, há vários artistas que eu nunca nem mesmo ouvi falar. E não é por falta de pesquisar. Os top 100 de mais baixadas deveriam pelo menos trazer uma outra música desses caras que eu nunca vi na vida, pelo menos né?
   Pra ser sincero, apesar de eu não manter todo esse contato com outros estilos fora do tech house, techno e deep house, acho no mínimo foda ver Ferry Corsten batendo em 9º lugar. Achei também, muito esquisito ver Infected Mushroom em 13º, por mais que tenham sido grandes artistas no passado, quase não se ouve falar da dupla israelense mais... Nem turnês, nem festas, nada. Tem coisa de dois anos que não ouço falar deles, no mínimo.
   Eu acho esse ranking tendencioso pelo seguinte motivo: artistas de vertentes mais underground nunca estão entre os 100. Apesar de vermos Richie Hawtin em 31º, é um dos pouquíssimos representantes do som mais conceitual no ranking da revista. Mas fiquei surpreso com a 50º posição de Umek. Techno mais áspero no top 100 também é coisa de se espantar, já que a maioria dos artistas seguem na linha do house, progressive house ou electro house e ainda bem né? Umek emplacou inúmeras músicas em top 100 de mais baixadas de várias lojas online.
   Talvez eu seja apredejado, os leitores deste blog de 'bosque', e todo o resto do universo se vire contra mim, mas eu ainda acredito, que o ranking da Dj Mag inglesa se baseia somente em quem toca nos clubes ingleses e nos clubes de Ibiza. Como eu disse, apesar de poucos, existem representantes da cena underground, mas ainda assim, podia ser melhor.


      Eu sempre me pergunto onde estão os artistas que eu gosto de ouvir nesses rankings. Eu sei que tem que ter grande relevância na cena e tudo mais mas... Phonique, Audiofly, Format: B, D-Nox & Beckers, Dusty Kid, não são comparáveis a Pete Tong? Pelo menos me serviu de consolo, apesar de triste pela colocação, mas Joris Voorn em 88º eu achei uma sacanagem. Esse ano foi, provavelmente, um dos melhores anos da carreira do produtor holandês e mesmo assim o colocaram em 88º? Compreendem porque acho tendencioso? Onde estão Gorge, Àgnes, Soul Minority, Pablo Fierro, Claude VonStroke nesses top 100? Não gosto de ver essa mesmice nesses rankings. Só com progressive house, house, e euro trance, praticamente em toda a lista.
   Me perguntavam sempre sobre isso, de quem eu acho o melhor e tudo mais. Eu simplesmente não sei responder. Pra mim não existe um melhor. Os caras que eu admiro, acompanho o trabalho, e me identifico com o som, eu gosto de todos na mesma proporção. Eu posso até ter um favorito, mas não os defino como melhor ou pior que um ou outro. A música é nivelada. E gosto é igual braço. O que eu gosto pode não ser o que você gosta ou o que uma maioria gosta. Gosto é relativo, e na minha cabeça rankings são puro papo furado. Ou, talvez, devessem mudar o nome de melhor do Mundo, pra dj/produtor favorito. A música é tão diversificada que não deveria ter uma classificação de melhor ou pior como acontece no Oscar. Melhor filme é melhor filme por sua trama, suspense, personagens, ou qualquer outro item avaliável. Isso não acontece na música. Muito menos na música eletrônica.
 











sábado, 23 de outubro de 2010

D-Nox @ Club Fiction: Incrível

  




   Espetacular. É a melhor definição para a noite do dia 22 de outubro no Club Fiction. Como eu já havia especulado, a noite começou com um warm-up bem legal do Renato Borges com Alex J. logo na seqüência. Deep house, muito deep house, e deep house de ótima qualidade. Naturalmente, o som do warm-up pode ser, em gráfico, ou uma curva ou uma reta ascendente, já que o objetivo é passar a pista quente para o techno do alemão, e basicamente foi o que aconteceu. Começo bem deep, e conforme foi chegando no final do set, creio eu que, o Alex começou a fazer uma leve mescla de house com tech house e chegando a tocar até um som de deep house mais clássico. E hoje, eu o considero o melhor dj e o melhor warm-up de Goiás.

   Olha... pra falar a verdade eu nem lembro que horas eram quando Christian Wedekind a.k.a. D-Nox começou a tocar. Creio eu que eram mais ou menos duas da manhã. D-Nox começou set com tech house, algumas músicas eu até conhecia, mas tudo com um certo peso, dando aquele tempero de techno. Seu som foi parabólico, ou seja, basicamente, o dj set teve uma indrodução de umas 4 ou 5 músicas bem tech house, então houve uma ascendência, chegando ao techno e nele permanecendo até começar a encerrar, quando houve uma descendência, voltando pro tech house e entregando a pista para Fabrício Roque fazer o after.
   Como sempre, seu som é espetacular, sempre muita novidade, muita música que ninguém conhece. Além de tudo D-Nox é uma pessoa muito carismática, e usa desse carisma na interação com o público, tornando ainda melhor a vibe da balada. D-Nox, além de tudo, com seus 16 anos de carreira, desenvolveu uma técnica de mixagem toda particular, com cortes precisos e entradas bem feitas. Considerando todas as características, claramente faz jus à fama e o respeito que tem na cena eletrônica mundial. Poucos djs e produtores têm tamanho reconhecimento como D-Nox em toda a cena, e por isso, faz com que cada balada seja única. 
   Meu amigo Vj Felipe Monteiro, gravou 1h de áudio e vídeo montado e cortado na hora da balada. Assim que ele postar, ou me mandar, posto aqui pra que todos tenham uma breve noção do estrago que D-Nox fez no Club Fiction. Resumo: Casa lotada até as 7 da manhã. É autoexplicativo não é verdade? Assim que conseguir, postarei. =]

























sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Techno alemão e suas tendências





Esses dias um amigo meu me mandou pra ouvir o som de dois produtores, Thomas Fehlmann, alemão e Peter Van Hoesen, belga. Eu achei o som do Thomas Fehlmann bastante característico dos produtores de techno alemães, ou pelo menos, com alguns dos produtores que considero ícones da cena alemã. Pra ser sincero, semelhante, muito semelhante com o som de dois caras que eu particularmente sou muito fã, que é Kollekvit Turmstrasse.
Thomas Fehlmann
Kollektiv Turmstrasse
   Inegavelmente, o Kollekvit Turmstrasse são muito bons remixers, mas em se tratando de produções originais, eles seguem uma linha que hoje eu já chego a acreditar ser uma tendência na música eletrônica da Alemanha. Seria uma linha abstrata, algo tipo um techno indefinido, com elementos de minimal, seguindo uma linha deep... é um som muuuuito bom. Ná prática, não tem a pressão e os graves definidos e pesados do techno tradicional, mas carrega consigo alguns elementos, como a poquíssima, pra não dizer rara presença de vocais, mas com uma pegada minimalista, com uma certa melodia, notável principalmente no deep house. Ou seja, é como se fosse uma nova vertente. E percebi muita similaridade nas produções do Thomas Fehlmann, e do Kollekvit Turmstrasse, talvez em elementos, já que o som do Fehlmann é tão conceitual que serve mais como base remixavel do que como música pra se ouvir em baladas. Apesar dessa diferença, a melodia de suas músicas em muito se parecem com Kollektiv Turmstrasse.
Capa do álbum One To Three de Thomas Fehlmann [R&S Records]
      Mais semelhança ainda com Kollektiv Turmstrasse, é o som de Peter Van Hoesen. O belga segue uma linha também muito melódica com loops extensos, graves bem definidos porém nem tão pesados como acontece no techno tradicional. Melodicamente impecável, seu som é bem envolvente, daqueles viajantes. Devo dizer que viajei como viajei quando ouvi No Regular Play - Owe Me (Nicolas Jaar Mix), pra mim, Van Hoesen foi uma novidade e tanto. Recomendo a todos que gostam de um bom techno, ouvir o excelente trabalho destes dois produtores.
Peter Van Hoesen
   Não distante dos produtores citados, temos Boris Brejcha, que já é mais fácil a definição de seu som. Ele basicamente produz tech house, minimal e techno, tudo bem definido musicalmente, arranjos, graves, melodia. Digo que é o único minimal que ainda ouço. Boris segue também, características únicas em seus trabalhos, sempre synths bem carregados, mesmo no minimal, ou no tech house, o techno está presente em todas as suas produções. Seria um leve, pesado. Hoje, é dono do selo Harthouse, que já lançou inclusive músicas do brasileiro Anderson Noise.

   Hoje eu até arrisco dizer que o som alemão, no techno, tech house, minimal, são praticamente uma tendência. Esse abstracionismo, tem estado cada vez mais presente no techno mundial, e tem influenciado vários jovens produtores do mundo. Se o trabalho de todos esses jovens produtores tiver a qualidade do que se encontra na Alemanha, essa nova tendência será muito bem-vinda e creio que tem muito a acrescentar à cena eletrônica mundial.