sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Techno alemão e suas tendências





Esses dias um amigo meu me mandou pra ouvir o som de dois produtores, Thomas Fehlmann, alemão e Peter Van Hoesen, belga. Eu achei o som do Thomas Fehlmann bastante característico dos produtores de techno alemães, ou pelo menos, com alguns dos produtores que considero ícones da cena alemã. Pra ser sincero, semelhante, muito semelhante com o som de dois caras que eu particularmente sou muito fã, que é Kollekvit Turmstrasse.
Thomas Fehlmann
Kollektiv Turmstrasse
   Inegavelmente, o Kollekvit Turmstrasse são muito bons remixers, mas em se tratando de produções originais, eles seguem uma linha que hoje eu já chego a acreditar ser uma tendência na música eletrônica da Alemanha. Seria uma linha abstrata, algo tipo um techno indefinido, com elementos de minimal, seguindo uma linha deep... é um som muuuuito bom. Ná prática, não tem a pressão e os graves definidos e pesados do techno tradicional, mas carrega consigo alguns elementos, como a poquíssima, pra não dizer rara presença de vocais, mas com uma pegada minimalista, com uma certa melodia, notável principalmente no deep house. Ou seja, é como se fosse uma nova vertente. E percebi muita similaridade nas produções do Thomas Fehlmann, e do Kollekvit Turmstrasse, talvez em elementos, já que o som do Fehlmann é tão conceitual que serve mais como base remixavel do que como música pra se ouvir em baladas. Apesar dessa diferença, a melodia de suas músicas em muito se parecem com Kollektiv Turmstrasse.
Capa do álbum One To Three de Thomas Fehlmann [R&S Records]
      Mais semelhança ainda com Kollektiv Turmstrasse, é o som de Peter Van Hoesen. O belga segue uma linha também muito melódica com loops extensos, graves bem definidos porém nem tão pesados como acontece no techno tradicional. Melodicamente impecável, seu som é bem envolvente, daqueles viajantes. Devo dizer que viajei como viajei quando ouvi No Regular Play - Owe Me (Nicolas Jaar Mix), pra mim, Van Hoesen foi uma novidade e tanto. Recomendo a todos que gostam de um bom techno, ouvir o excelente trabalho destes dois produtores.
Peter Van Hoesen
   Não distante dos produtores citados, temos Boris Brejcha, que já é mais fácil a definição de seu som. Ele basicamente produz tech house, minimal e techno, tudo bem definido musicalmente, arranjos, graves, melodia. Digo que é o único minimal que ainda ouço. Boris segue também, características únicas em seus trabalhos, sempre synths bem carregados, mesmo no minimal, ou no tech house, o techno está presente em todas as suas produções. Seria um leve, pesado. Hoje, é dono do selo Harthouse, que já lançou inclusive músicas do brasileiro Anderson Noise.

   Hoje eu até arrisco dizer que o som alemão, no techno, tech house, minimal, são praticamente uma tendência. Esse abstracionismo, tem estado cada vez mais presente no techno mundial, e tem influenciado vários jovens produtores do mundo. Se o trabalho de todos esses jovens produtores tiver a qualidade do que se encontra na Alemanha, essa nova tendência será muito bem-vinda e creio que tem muito a acrescentar à cena eletrônica mundial.