domingo, 13 de novembro de 2011

[Resenha] Deep Loop #5




     "Vamos com tudo". E fomos. Demorou, mas tá aqui. Devido a um pequeno problema com tempo sobrando não estava tendo muito tempo para o blog, mas enfim. É com imenso prazer que digo que a 5ª edição da Deep Loop foi um verdadeiro sucesso. Como eu disse, no outro post, tinha tudo para superar a edição anterior que já havia se afirmado num patamar épico, e de fato conseguiu.
     Cheguei cedo, o primeiro set que vi na noite foi o back 2 back dos meus amigos Elias Toufic (Alizzari Disco/Anápolis) & Rafael Danke (Lo Kik Records). Macio, soft, smooth. deep house, bem deep. Provavelmente não teria como definir melhor o set da dupla que não a própria definição de deep house. Tracks com vocais, ou auxílios vocais, pianos, linhas de grave que variavam no compasso de 4/4 e 8/8, percussões leves, synths macios, nada carregado, nem pesado, e com um tempero de tech house no set deu aquele diferencial que um evento como a deep loop exige. Simplesmente impecável. O set dos dois pode ser conferido na íntegra no soundcloud do Rafael Danke
     Na seqüência, Fabrício Roque começa o set dando um chute na cara da galera. Conheci o som do Fabrício no fim de 2007, e até hoje, posso afirmar que o melhor set da vida dele, foi nessa edição da Deep Loop. Bem misto entre meus gêneros favoritos que são o tech house, deep house e techno, tocou tracks, eu diria antigas mas que ainda são bem comentadas na boca do público. Em particular, achei ponto alto do set três tracks em especial, que por sinal são três tracks que eu adoro:




     Em seguida, entrou Kings Of Swingers, dueto composto por Mau Mau (D.Edge) & Renato Ratier (D.Edge). Como eu já esperava, techno e tech house. Bicuda na fuça. Pesado mas macio, Mau Mau toca no vinil, Ratier nos CDJ, cada um com seu set up, o que como é de se esperar, torna a mixagem mais difícil uma vez que precisa praticamente ser inteira feita com um ouvido no cue do fone e outro no retorno. Um dos sets de techno mais legais que eu já vi, fiquei assustado com como o Mau Mau consegue tracks tão novas em vinil, o que hoje é muito difícil de conseguir, e foi muito bem acompanhado por Ratier. Tive a leve impressão de que a pegada de tech house do set da dupla foi obra de Ratier enquanto o techno, Mau Mau. Simplesmente incrível. O públicou ficou simplesmente INSANO durante o set do dueto. Me senti no D.Edge ao ouvir o som deles. E de fato tocam de um modo remete ao club paulistano, talvez seja esse um dos vários motivos do sucesso desses dois. Uma das tracks que gerou frenesi no público foi Noir & Haze - Around (Solomun Remix), uma track relativamente lenta. Mas isso não é problema pro público Deep Loop:


    O próximo a se presentar foi Alex Justino. Mega deep house, com um tempero forte de house, o set dele não passou dos 123bpm, e mesmo assim público na vibe, mão pra cima, gritaria, loucura a insanidade. Nem com o som parado por um pequeno problema no gerador as pessoas foram embora. Todos ficaram por lá aguardando a hora de voltar e continuar a balada. Voltou, e continuou como se nada tivesse acontecido. Detalhe, quando ele começou já eram 5:30h da manhã de domingo e balada ainda estava socada! Efeito Deep Loop meus caros... O som do Alex foi mais ou menos assim:


   

     Em seguida, Junior C (3plus/SP) começou seu set, bem tech house.  E praticamente o mesmo nível que lhe rendeu tocar no Skol Beats aos 17 anos, e o mesmo nível de som que o vi na Fiction em 2008 em duas ocasioões: segundo DJ do warm-up para Gaz James (UK) e Renato Ratier (D.Edge). Cacetada. 6:40h da manhã, e a vibe ainda era a mesma do começo da noite.
     Por último, Giuliano Hopper (5uinto/DF) se apresentou. Idealizador do projeto 5uinto, que acontece nas quintas-feira em Brasília, o DJ do quadradinho como sempre mostrou que não estava de brincadeira. Eu gosto bastante do som do Hopper, inclusive é um dos meus DJs preferidos no cenário regional. Uma das coisas mais legais que o vi fazer foi justamente passar a festa quase inteira na pista, curtindo o som dos outros protagonistas, que é algo bem raro hoje em dia. Muito DJ por aí, só dá as caras na festa quando chega, toca e vai embora em seguida. Ele chegou ao evento durante o set do Fabrício, e lá ficou até finalizar seu próprio set, numa roupagem de deep house com tech house. E a vibe continuava incrível.
    Os visuais foram de responsabilidade do VJ Felipe Monteiro, que soube usar com muita sabedoria os painéis de LED sobre a cabine, atrás da cabine e logo à frente do palco. Os visuais mais abstratos, compuseram de forma muito interessante, visto que os paneis estavam separados por um espaço de mais ou menos 40cm, então as imagens, já abstratas, ficavam ainda mais diferentes e interessantes. De frente, a imagem ficava exatamente como projetadas, mas no teto, compunham como parte da iluminação geral. Os moving heads eram praticamente desnecessários. Os visuais nos painéis superiores ficaram mais ou menos assim:


    Meus caros, é assim que se faz uma festa. Eu vi a Deep Loop nascer com 200 pessoas. O que torna essa festa tão incrível é o modo como as pessoas ficam sabendo. A divulgação não é massiva, e nem é pra ser. É o tipo de festa que as pessoas não vão pelo open bar, nem pelo famoso que vai tocar, nem pelas mulheres que vão estar lá, nem para aparecer. As pessoas vão com o intuito de se divertirem, de ouvir música boa, ver gente bonita, diferente e muito bem humoradas. É um dos poucos lugares onde a balada vira madrugada adentro até o sol nascer, e não vemos brigas, nem gente indo embora cedo. O público chega e fica até acabar. O resultado é mais ou menos assim:




    Uma festa pra ser incrível, pra dar certo e se tornar algo lendário, basta ser feita com uma coisa: amor. Se você se propõe a fazer algo e colocar o coração nisso que você está fazendo, tudo está fadado a ser um sucesso. Não necessariamente vai ser fácil, mas o resultado é satisfatório. Quando Cristiano Caramaschi, Fabrício Roque, Alex Justino e Márcio Luciano se reuniram pra fazer a Deep Loop, todos fizeram a festa acontecer com muito amor, dedicação e suor. Não precisam tratar clientes como lixo, não precisam exagerar nos preços, não precisam ter 'gente importante' pra festa ser incrível. O público só precisa estar ali pra uma coisa: se divertir. Os outros 'promoters' e organizadores de eventos precisam aprender com festas como a Deep Loop de como se faz uma festa. Mais respeito com público, com a cena e com os DJs. Menos luxo, menos glamour, menos ostentação e mais música. Simples assim. Isso foi mais ou menos o que foi a Deep Loop #5




quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Deep Loop #5



     Dia 5 de novembro, a melhor festa do Centro-Oeste volta para sua 5ª edição com um line-up super conceituado e com alguns dos DJs mais respeitados na cena nacional e até internacional. Nesta edição tocarão ninguém menos que Renato Ratier e Mau Mau em um novo projeto intitulado Kings Of Swingers, Junior C. e o idealizador do 5uinto, Hopper.
     Hopper já formou uma banda na qual era guitarrista e vocalista e hoje é um dos DJs mais respeitados na cena eletrônica de Brasília. Figura presente e também idelizadora do Projeto 5quinto, Hopper também está confirmado no line up da Deep Loop. Com um estilo que permeia o house e o techno, Hopper foi eleito em 2009 como um dos melhores DJs do Brasil pela publicação especializada no assunto, HouseMag.
Como não dá para ser diferente, seu nome também já figurou lineups como do Skol Beats, Universo Paralello e BMF (Brasília Music Festival – quem não se lembra desse festival?!), além dos famosos clubs como Warung, D-Edge, Lov.e e Garage. Se apresentando junto à Booka Shade, Loco Dice, Phonique, Fatboy Slim, David Guetta entre outros nomes internacionais.
     Junior C. é nada mais, nada menos do que o DJ mais jovem a ter tocado na história do Skol Beats, e está confirmado no line up da Deep Loop #5. O DJ deverá trazer para a pista do deck do Estádio Serra Dourada muito House e techouse, mostrando para nós o que ele já exibiu em apresentações ao redor do mapa e que lhe garantiram diversos prêmios. Desde os 17 anos se apresentando na noite, Junior C é destaque na nova geração de DJs brasileiros. E sua preocupação vai além, com um home estúdio, ele passa horas estudando e também produzindo músicas. Suas inspirações? DJs como Carl Cox, Marco Carola, Murphy, Jeff Mills entre outros consagrados.
    Sem rasgação de seda? Definitivamente essa edição tem tudo pra superar a última em umas 2 ou 3 vezes. Estou profundamente ansioso pro dia 5 de novembro e ver como as coisas ficaram e como vão ser os sets dos quatro DJs principais. Isso sim, é algo que Goiânia estava precisando. Isso sim, é como se faz uma festa com VIBE, com um público legal, onde a ostentação e todas as coisas ruins que têm acontecido, perdem para o que devia ser o alicerce de toda e qualquer festa: MÚSICA. Com música boa, público bom e groove, o resultado é a verdadeira definição de VIBE. 

*Line-up:
-KINGS OF SWINGERS (D-edge Agency)
- Junior C (3 Plus)
- Alex Justino (D-edge Agency)
- Fabricio Roque (Hypno)
- Elias Toufic (Alizzari)
- Rafael Danke (Lo Kik)
- Hopper (5uinto)

*Apoio:

4:20
Body Station
Bristol
Emi
PSICODELIC
ABSURDA
Tecmidia
Trupe do Açaí
BC Painéis

*Preços:
Masculino: 50
Feminino: 30



















terça-feira, 13 de setembro de 2011

Red Bull Thre3Style 2011




     Nascida no Canadá em 2007, a batalha de DJs virou turnê mundial no ano de 2010, com etapas classificatórias locias, uma nacional, e uma mundial realizada em Paris. Neste ano, além do Brasil, outros 18 países participaram do Red Bull Thre3style. São eles: Argentina, Austrália, Bolívia, Chile, Canadá, Colômbia, Dinamarca, Estados Unidos, França, Índia, Japão, México, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Espanha, Suíça e Reino Unido. A final de 2011 acontecerá no Canadá.
     Uma das três eliminatórias acontece em Belo Horizonte, Minas Gerais, no club Deputamadre. A segunda etapa, a final nacional, acontecerá no dia 22 de outubro em São Paulo. Nesta primeira etapa, o vencedor ganha o direito de disputar a segunda etapa, a final nacional, e um prêmio de 2 mil reais.
    


     O representante do estado de Goiás foi o DJ Renato Borges, que ano passado também participou da competição e ficou em 3º lugar. Neste ano, com um set bastante variado, faturou o 1º lugar e irá representar Goiás na final nacional. Com um set bastante mesclado, envolvendo rock, house, hiphop, drum n' bass, um electro rock meio techno como Daft Punk, rock nacional, ou seja, cumpriu totalmente os requesitos que na prática são: tocar um set de 15 minutos que misture 3 ou mais estilos musicais diferentes, e que se repitam pelo menos uma vez. Segue o vídeo da apresentação dele:


      Nesta etapa, Renato concorreu com 3 DJs de BH, Vinícius Amaral, Vitor Sobrinho e Zeu, além deles os DJs Saddam, do Rio de Janeiro, Babão, de São Paulo, C Nunez, também de São Paulo e o DJ Phabyo, também do Rio de Janeiro. Numa conversa com o Renato, ele me disse que um dos caras que ele mais temia era o Phabyo. O residente do Castelo das Pedras, um conceituadíssimo baile funk do Rio, é dono de uma técnica fora da normalidade com toca-discos e usa uma arma que é de deixar qualquer um boquiaberto: uma Akai MPC.
      Além do DJ Phabyo, os DJs de BH tinham o público do lado deles. Segundo Renato, o DJ Vinícius Amaral foi quem mais chamou sua atenção. Além dele, Zeu tem uma presença de palco incrível e o Sobrinho é residente do Deputamadre, e assim como o Robinho, o outro residente são DJs dignos de tocarem em alguma das edições da Deep Loop. Além deles, segundo Renato, C Nunez também tem uma técnica fora de série, o Saddam é um dos DJs mais importantes da cena Black carioca e o Babão até dispensa comentários: DJ da Negra Li e dono de um conhecimento absurdo no que diz respeito a black music.
      A final é dia 22 de outubro, e mesmo assim Renato não vai se acomodar, e vai treinar ainda mais pra fazer bonito na final, com a ajuda do Múcio Guimarães. O Thre3style, como dito anteriormente, avalia 4 quesitos: técnica, performance com a pista, criatividade e bom gosto musical. Considerando que o DJ Phabyo tirou o 2º lugar, ganhou também o direito de competir a final em São Paulo. Além dos outros classificados nas próximas etapas regionais, a final vai contar com a presença do atual campeão brasileiro e vice-campeão mundial Nedu Lopes.
     É óbvio que ganhar do Nedu na técnica é bem difícil, logo, por lógica, o mais sábio é tentar vencer pelos outros quesitos. Os concorrentes são barra-pesada. E o atual campeão não brinca em serviço:

    Tendo em vista o altíssimo nível dos competidores, a nós, conterrâneos e amigos, nos resta torcer pra que Renato traga o caneco nacional e mundial pra casa. É bem difícil, mas não é impossível. Vale lembrar que este é um dos eventos mais legais do cenário eletrônico como um todo. Envolve não somente DJs da black music, como DJs de house também. E o objetivo é sempre a música, a técnica, a mixagem, tocar. ISTO É DJING! Isto sim, se avalia a qualidade do DJ e não Top 100 de revistas ou enquetes em redes sociais. A coisa vai mais além que somente popularidade. Música. Antes de tudo, música. E mais música.












terça-feira, 23 de agosto de 2011

[Resenha] Festa do Sedna #4



      Este vai ser um post em que podem acontecer duas coisas: ou as pessoas podem ler e gostar, ou podem ler e odiar por não concordar com o que eu vou dizer. De um jeito ou de outro, independente do que a maioria pode achar, minha avaliação geral partiu de uma série de fatores em que a grande maioria das pessoas não se liga muito.
      De um modo geral, eu só tenho caneladas a dar em tudo no que se diz respeito a essa festa. Houveram pontos altos, coisas boas, e pontos baixos, coisas péssimas. Não vou levar em conta nada do que me aconteceu, ou com as pessoas que estavam comigo, e sim, do ponto de vista técnico, onde levo em consideração sistema de som, sets, entrosamento do público com o artista, vibe, estrutura geral, organização do evento, acesso, horários e tudo mais. Vou separar a história em capítulos, pra organizar o post.

*Sets:
     Pra começar, entendo que era uma festa potencialmente comercial. E que aquele público talvez não seja tão fan assim de músicas desconhecidas ou músicas sem vocal. Quando cheguei, ouvi um som bem interessante, quem estava tocando era o Mex, numa pegada de warm-up legal. Som bem gostoso de ouvir, relativamente lento, grooveado e tudo mais. Excelente pra um warm-up, ainda mais numa festa de uma casa com era a Sedna.
     O segundo set, era do Shark, de hiphop. Não sou nenhum expert no gênero, mas de certo modo, parecia agradar ao público. Mas do ponto de vista técnico, que dá pra avaliar, construção de set praticamente ausente, técnica ausente - não havia mixagem, que mesmo mais complicada dado o compasso quebrado, já vi o Renato Borges mandar muito bem no hiphop - e aparentemente pesquisa musical igualmente ausente. Sim, não pesquiso hiphop, mas sei ouvir hits que fizeram sucesso em 2002 e que de tanto tocar, já estourou o prazo de validade nos meus ouvidos e nos de outras pessoas. E pra um DJ de hiphop, ter tocado rock, em versões originais, incluindo Sweet Child O' Mine do Guns n' Roses, Killing in The Name do Rage Against The Machine, e alguma música que não lembro o nome do Queen, foi bem estranho. Apesar da aceitação do público, um set bem construido jamais levaria isso em conta. Tudo bem, tinha uma pessoa mandando super bem no sax, crossover bem interessante, mas não é bem por aí. De modo grosseiro, eu já ouvi muito hiphop, e hiphop bom, em sets bons. E digo: não gostei nem um pouco do som dele. Próximo por favor.
      Na seqüência, Ruben Fontes assumiu a cabine. Se o som fosse comercial ia ser ótimo, mas realmente passou dos limites com o nível da baba. Eu já vi sets de DJs que são mais comerciais, e preciso dizer que pra muita coisa não é preciso apelar pra alguns hits também já batidos de tanto tocar nas rádios do Brasil em programas "na balada". Ninguém é obrigado a tocar e gostar de conceito, mas bom senso costuma ser muito bom pra fazer um set ser legal. Eu gostei tanto, que passei o set inteiro sentado até a Aninha entrar.
     Como dito, a próxima era a já muito falada aqui, Aninha. Finalmente eu ouvi músicas que gostei de ter ouvido, de ter conhecido. Por ser mais conceito ou não, a construção dos sets dela é sempre impecável. Sempre muito harmônico e muito mixado, a tendência é que empolgue bastante o público, quando o público é bom. Quer dizer... no que diz respeito a deep house e tech house, o som dela é bem mais pesado que o conceito da casa, mas no lugar dela, eu teria feito o mesmo. Parto sempre da premissa: "meu som é esse, me contrataram pra tocar isso, e é isso que vou tocar". E ter ouvido reações de pessoas completamente mal educadas ao fim do set dela, coisas ditas de modo proposital pra fazer ela ouvir, é cretino, é escroto e é nojento. Mas o que eu podia esperar do público dessa festa?
     O próximo era a maior atração da festa Gui Boratto. Após sucessivos problemas técnicos com o equipamento dele, depois de uma conversa com a Aninha entendi o modo como o show dele é feito. Na prática, as músicas não são feitas pra serem mixadas. É como num show de rock, existem intervalos, onde os artistas trocam de instrumentos. Nesse caso era mais ou menos a mesma coisa. Haviam intervalos. Por se tratar de um audiovisual, as músicas e as imagens compõem uma história. Um não funciona sem o outro, portanto, essa é a explicação para as tão comentadas pausas entre suas músicas, que por sinal geraram infinitos rumores, que eu também rezei pra não serem verdade. Pessoalmente, admiro o Gui como um profissional excepcional. Suas músicas são muito bem produzidas, mas eu não gosto. Logo, considerando as pausas que eu não havia compreendido, com a 'vibe' e as músicas que não fazem muito meu estilo, acabei não gostando. Mas analisando as imagens e o modo como elas se relacionaram com o áudio, foi bem interessante. Mas de novo, apesar das qualidades, e tudo mais, não gostei. Talvez eu ainda não esteja apto a ouvir o som dele ainda... vai saber.
     Depois foi Renato Borges a subir na cabine. Conseguiu embalar bem a pista no conceito da festa também House de certo modo bem comercial, mas ainda assim bem legal. Mostrando que realmente não precisa apelar pra hits pra fazer um set decolar. Coisa de quem pesquisa por música sempre e não está ali pra aparecer ou o que quer que seja né? Mas a pegada não bem o que eu gosto, logo... de esperar que não fiquei muito feliz. Acho que se ele tivesse tocado hiphop teria feito uma santa diferença no âmbito geral da festa.
     Em seguida, foi a vez do residente do Green Valley, André Pulse. Apesar de ser suspeito pra falar, por gostar do som dele, eu não imaginei que fosse ouvir o que ouvi, mais uma vez dado o conceito da casa. Mas não. Um som super interessante, uma pegada de techno absurda, não muito acelerado, mas com muito grave e muito groove. Que também, foi set pelo qual, junto com o da Aninha, conseguiu pagar a festa. Uma pegada bem Dubfire, músicas que eu nunca havia ouvido antes e tudo mais. Muito legal ter visto o Pulse tocar por aqui mais uma vez. E mais uma vez me agradou bastante o som dele.
  
*Estrutura:
    Tecnicamente, uma série de erros e mais erros. Organização displiscente. Na prática a filosofia funcionou assim: "foda-se, é a última vez que usamos o nome Sedna, o negócio é ter lucro". E tiveram. Verba para um P.A. descente eu sei que o staff tinha. Mas era um som fraco, com excesso de médio e falta de grave. Dentro de 125m², o som se propagava com facilidade e com nitidez. Mas, fora dos limites da "pista", o que se via e ouvia era um som fraco, e que dada a geometria da locação, o lado esquerdo do palco (do ponto de vista da pista) ficava com o som baixo a ponto de se conseguir falar no celular com facilidade.
    Na parte visual, apesar de não impressionar tanto assim, ficou bem bonito. As treliças da estrutura geoespacial da pista tiveram, na parte superior, telões de led instalados em suas 4 faces. Então, ficou bastante interessante. No palco, mais seis painéis verticais de led, porém, faltou um outro telão grande logo atrás da mesa de equipamentos do DJ. Mas apesar da falta deste telão, a parte visual ficou bem interessante. Jogos de luzes foram criados na área edificada do espaço, além da iluminação dos camarotes que tinham uma decoração semelhante ao do próprio Sedna Lounge. Ficou legal, mas nada impressionável.
    Bares, camarotes e outras coisas do gênero não vou comentar porque este post se trata da parte de música, e da qualidade do evento do ponto de vista técnico.

*Público:
    Talvez a parte mais complicada... O que se pode dizer de um público de 8mil pessoas, em que na prática, 98% dessas pessoas não estavam dando a mínima pro que estava tocando? Ou pior, o que dizer desses mesmos 98%, como sendo pessoas extremamente mal educadas, grossas, arrogantes e prepotentes? Desde que criei este blog, é disso que critico. 8 mil pessoas, mas nenhuma vibe. O hype simplesmente não existia. Um público que estava bem mais preocupado em aparentar ser uma coisa que não são, pra outras pessoas que eles não gostam notarem. Carros importados, roupas de grife, pessoas relativamente bonitas. Mas e aí? Não adianta nada ter tudo isso, se a essência de estar ali, estar ausente. Estar num lugar pra se divertir, esquecer problemas profissionais, pessoais ou quaisquer que sejam. Se divertir no matter how, não ligando pro que pensam, pro que dizem sobre você. Não consegui ver ninguém curtindo a festa como deveria. Então, pra ficar legal, boa parte se droga e/ou bebe demais. E mais uma vez, levaram o alicerce pra boa balada pra fora da música, que é o que teoricamente, faria a festa ser legal.
     Num lugar onde o público é uma merda, os sets vão ser uma merda, e a música vai ser uma merda. E então, sem droga nenhuma, vai ser uma merda. Sem puxar saco. Deep Loop com 1/8 do público conseguiu ser inesquecível em 4 edições. Essa festa em 4 edições fez ser totalmente esquecível. A essência do que faz a balada ser legal foi totalmente jogada fora por pessoas absurdamente imbecis, com direito a plaquinha da casa concorrente nadando na galera, me fez sentir náuseas. Ter visto as pessoas como vi, mais uma vez, e ter visto como é o comportamento 'da massa' de Goiânia, me fez lembrar de algo que o saudoso poeta Fernando Pessoa, em toda sua sabedoria sempre dizia, e hoje carrego comigo, pra me tornar uma pessoa melhor, que espero do fundo do meu coração, que Goiânia inteira APRENDA: "O que vemos não é o que vemos, e sim o que somos." Talvez, se esse público, se essas pessoas, entenderem o significado dessa passagem, talvez, tenhamos um lugar com uma vida noturna mais legal. Aparência, status, não interessam, se seu conteúdo, por trás de todas as máscaras, for totalmente diferente daquilo que você tenta aparentar ser. Então pessoas, vamos começar a refletir a respeito. Porque a vida noturna de Goiânia hoje, é um lixo completo. Salvo raras excessões. Obrigado.


*Resumo geral:
     Nota pra festa? 3 ou 4 numa escala de 0 a 10. Nota pro público? 1, por alguns que souberam apreciar e ouvir o profissional que estava ali, fazendo o que mais gosta pensando NELES. Da minha parte: festa fraca, público fraco, sem vibe, sem nada. Reprovei todos os sets menos dois: Aninha e Pulse, por terem tocado o que eu gosto, com profissionalismo, técnica e mostraram bom conhecimento quanto ao mercado. Quando voltei pra casa, tive a sensação de ter sido só um sonho ruim. Antes fosse. Na real, perda de tempo, dinheiro e paciência. Menos glamour, menos luxo, menos (falsa) ostentação e mais música por favor. Obrigado.














segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Old is cool



    Hoje em dia, todos aqueles que hoje são DJs por amor à música, pesquisam freneticamente por novas músicas, estão sempre atualizados quanto ao mercado musical dos quais estão inseridos. Eu mesmo, pesquiso quase que diariamente por novas músicas, e de preferência, por tracks que ninguém tem. Quase um vício. Entretanto, todos sabem que algumas músicas, por mais antigas que sejam, se fazem sempre muito "atuais" quanto a sua sonoridade, ou seja, mesmo não sendo músicas novíssimas, são possíveis de se tocar em meio a um set tão atual, dada a qualidade da produção.
    Existem as músicas que jamais saem dos cases dos DJs inclusive por uma questão de se encaixarem perfeitamente em sets novos. Mas, há um tempo, começou-se uma prática bastante interessante que é "a onda do Oldschool".
    Em termos de house, a idade da música não interessa. O que interessa é ter groove, ter o poder de agitar uma pista de modo quase único. Num set de house, músicas nostálgicas muito provavelmente têm o poder de causar frenesi numa pista, principalmente se a pista for igualmente bem informada em termos de música. E então, vemos cada vez mais DJs conceituados tocando músicas antigas.
    Na prática, não importa a data. O que interessa é o groove. E a melhor parte é que cada vez mais, as tracks mais old school, na pista, tem dado um resultado bastante surpreendente. Mesmo os mais novos, que não chegaram a ouvir aquelas músicas em baladas, provavelmente se lembram de ouvir tocar em algum lugar.
  


      A maioria das músicas antigas que fazem mais sucesso nas pistas de hoje, são as que foram produzidas entre 92 e 95. Os synths eram bastantes característicos, e quase que todas as vezes que tocamos músicas assim hoje, e em qualquer lugar do Brasil, a aceitação é sempre muito boa, principalmente por parte dos mais antigos na noite.
      Recentemente vi uma track, de 89, com uma pegada totalmente deep house, bem low bpm, provavelmente entre 115 e 118 bpm, o que pra uma música de 89 é demasiadamente lenta. Quer dizer... é possível notar, mesmo numa música de 1989, elementos que se encontram em produções concebidas dentro do deep house de hoje, fazendo essa track se encaixar muito bem em sets com músicas super atuais. Se trata de DA Rebels - House Nation Under A Groove:


    
    Outras duas músicas que tem aparecido bastante em sets de DJs conceituados, como Dubshape (João Lee & Alê Reis) e Phonique, datam da década de 90, não sei precisamente o ano em que foram lançadas, mas foram muito tocadas por Fatboy Slim em seus shows na praia de Brighton, na Inglaterra em 2002. As duas tracks em questão, se tratam de um remix e uma produção própria de Kid Creme, são: Austin's Groove e Shakedown - At Night (Kid Creme Remix):

*Shakedown - At Night (Kid Creme Remix):

*Kid Creme - Austin's Groove:


     Na prática, é notório que não necessariamente um set bom, precisa ser 100% atual. Já que músicas antigas também representam não só pesquisa incessante, como também uma cultura musical apurada e rica, desde o que fez sucesso há anos, ao que faz sucesso hoje. Fora que, um tempero old school num set, pode ser bastante interessante, fazendo a vibe de qualquer pista se tornar ainda mais incrível. Essa vibe, é positiva tanto pro artista que está se apresentando, quanto para o público.
     Outra música, não muito antiga, mas que sempre que possível, eu toco. Por gostar, por ter groove e por ter uma atmosfera legal, é Lux Dementia, do Afrilounge. A track data de 2005, e apesar de ser uma música de 6 anos de idade, o que é muito para a música eletrônica, ela se encaixa muito bem em qualquer set de deep house.


     Resumo da ópera: Aos que estão começando, já começaram, já tocam e tem aversão ao antigo e nostálgico, tá na hora de rever seus conceitos. Pesquisa musical rica, apurada, produtiva e útil, envolve o novo e o antigo. Digo isso inclusive, baseado em sets de um dos produtores e DJs mais aclamados pelo público mundial, que é ninguém menos que Ricardo Villalobos. Os sets dele sempre tem algo antigo, ou com uma atmosfera revival, trazendo esses elementos do old school de volta em músicas recentes. Old is cool.
















quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Os potenciais sons do futuro



    Quem vive na cena eletrônica, pesquisa e busca por novas músicas, estando dentro do conceito ou do comercial, sabe que música eletrônica é um mercado em constante evolução e movimento. Por exemplo, nitidamente o deep house evoluiu muito desde que comecei a ouvir em 2006, 2007, até os dias de hoje. O modo como as músicas são construídas, melodias, velocidade, tudo isso ganhou novos ares, com base em novas experiências conforme o tempo foi passando.
     De uns tempos pra cá, tenho ouvido sons novos pra mim, e que tem se popularizado cada vez ao redor do mundo. Uns são mais conceituais, mais abstratos, outros nem tanto. Uns tem uma característica revival, trazendo alguns elementos da disco music, dos anos 70, de volta para produções novíssimas, outras, são uma mistura de alguns conceitos.
     Muita gente, principalmente no Brasil, além de não ter o hábito de ouvir, pode não conhecer e não gostar muito de dois gêneros que eu particularmente acho que podem ser uma prévia do que pode vir a bombar as pistas daqui a alguns anos. Se trata do nu-disco/indie dance, e do dubstep.
     Historicamente, o dubstep nasceu em Londres, um dos primeiros lançamentos data de 1998, segundo li na internet, o dubstep pode ser definido por "produções com linhas de baixo esmagador e padrões de bateria reverberante, com trechos sampleados e vocais ocasionais". Assim como o drum n' bass, é um som pesado, quebrado, e quase que essencialmente underground, dado o conceito em que foi criado. Apesar de eu não conhecer bons artistas produtores de dubstep, já ouvi várias músicas das quais eu gostei bastante. Vou postar 3 dos melhores dubsteps que eu já ouvi, e que seguem uma linha de som mais limpa, sem muita "sujeira", uma com um vocal marcante e muito interessante por sinal, uma somente com vocal ocasional, e uma sem vocal algum.

*Joker - Snake Eater

*Prodigy - Warrior's Dance (Benga Remix)

*Rusko - Woo Boost

     O nu-disco por outro lado, se assemelha bastante com o house em alguns aspectos. Muito ouvido na Europa e na Austrália, o gênero vagarosamente tem aparecido no mainstream dos Estados Unidos e da Ásia. Eu acredito que com o passar dos anos, vai acabar chegando por aqui com mais força e acredito que vai acabar sendo muito ouvido ainda. Historicamente, o nu-disco é produzido com tecnologia moderna mas com características da disco music e da dance music dos anos 70 e 80. Uma espécie de pin-up, ou revival mesmo, nova maquiagem pra uma composição antiga. Eu ainda acho o gênero um tanto quanto abstrato, considerando que foi lançado o termo nu-disco pra se definir as produções que eram lançadas como electroclash e deep house.
     O termo 'nu' é usado como um qualificador pra disassociar o sub-gênero de idéias populares a respeito da própria disco music dos 70 e 80. As idéias sobre a definição do nu-disco ainda são bastante diversas. Enquanto uns dizem que qualquer coisa que brotou desde o fim dos anos 70 e início dos anos 80 que ainda use elementos de músicas dessa época, é nu-disco, outros dizem que na realidade o gênero é eurodisco com forte influência de electroclash e italodisco.
     Na prática, o nu-disco tem se mostrado bastante competente de fazer as pessoas se mexerem numa pista. E apesar de não ter características de sons mais conceituais como é o caso do dubstep, ou underground como o drum n' bass e o techno, ainda é um pouco desconhecido. Mas, muita coisa do que se toca hoje em sets de deep house, são nu-disco. Se seguem algumas músicas claramente nu-disco (segundo o próprio Beatport) que eu também gostei bastante, e inclusive tenho tocado.

*Lee Foss - U Got Me

*Jamie Jones - Ruckus

*Azari & III - Reckless For Your Love (Permanent Vacation Remix)

     Sim meus amigos, Reckless For Your Love é nu-disco! Para finalizar, espero que gostem das tracks que postei.












terça-feira, 19 de julho de 2011

Novas perspectivas


     É fato que eu falo mal de muitas coisas, das quais eu não concordo ou achar que poderiam melhorar. O intuito de tudo nunca foi denegrir ou ofender ninguém. Mas críticas construtivas acho que são sempre bem-vindas independente do modo como são feitas. Penso que o ideal é aprender com esses argumentos e usá-los para melhorarmos naquilo em que somos criticados. E pelo visto, tenho sido mal interpretado quanto a isso. Ou seja, nem tudo nessa vida gira em torno de inveja.
     Eu dou as caneladas, mas também elogio quando merecem, e quando me algo me agradou bastante. Sempre coloquei o club Royal em cheque quanto às atrações. Mas, recentemente, o club tem me dado provas de uma melhoria significativa em seus line-ups.
     Notei uma evolução digna de nota quando trouxeram Paolo Mojo. Apesar de eu não ser muito fã do som do produtor, poucos lugares já o tiveram em suas cabines, e em Góiás, o Royal foi o responsável por trazê-lo.
     Fiquei bem surpreso, mas beleza. Então recentemente, trouxeram Alex Kenji. Também não sou muito fã do som dele, mas também é uma atração de respeito, e é um produtor muito respeitado em toda a cena, principalmente underground.
     Agora, nesta quinta-feira, trarão o goiano residente do Green Valley, André Pulse e o residente e proprietário do D.Edge Renato Ratier. Som de respeito vindo dos DJs headliners da noite desta quinta-feira. Se tratando de Renato Ratier, o Royal vai se transformar num clube underground de primeira, o que é ótimo. Não que underground seja melhor que o comercial, mas mostra que o club aparentemente tem se preocupado cada vez mais em mostrar música boa a quem o freqüenta.
     Eu espero muito que isso continue acontecendo por mais tempo. Tudo bem em trazer uma galera mais comercial, mas só de não apelar pra artistas globais e sub-celebridades já está de bom tamanho... Enquanto isso, eu continuo sem ter muito onde ir pra escutar música boa. Pelo menos até Pacha e Café de La Musique abrirem suas portas...
     Concluindo: eu espero mesmo que estas sejam as novas perspectivas com relação ao Royal. Espero que eu não precise ver Goiânia mais uma vez no Porra DJ, e espero não ver mais artistas e pseudo famosos fazendo de conta que tocam algo por aqui. Porque a última coisa que Goiânia precisa, é de um lugar assim. Segundo alguns artistas que passaram por aqui, Goiânia passou de uma das melhores cidades do Brasil de se tocar house, pra uma das piores. Meditemos.





segunda-feira, 18 de julho de 2011

[Resenha] Deep Loop #4


     Apesar de este post estar bem atrasado, não sei nem como começar a explicar como foi a Deep Loop #4. Foda ainda não consegue definir a última edição de uma das melhores festas que eu já fui na vida. 
     Há muito tempo eu não ouvia um set de warm-up do Alienato e gostei bastante de tudo que ele mandou, me lembrando bem de como tudo funcionava na época da Fiction. E um warm-up bem digno com o nível dos outros DJs da festa e também com o conceito geral da Deep Loop.
     Em seguida foi a vez de Lubalei. O residente do SuperAfter do D.Edge foi o meu favorito da noite inteira, tocando MUITA coisa legal, muita coisa nova, tudo com cara do D.Edge, house praticamente abstrato, onde não se define do deep house, nem o tech house e nem o techno. Muito grooveado, foi um dos melhores DJs nacionais que já vi tocando na vida. Fiquei bastante surpreso principalmente por não conhecer o som dele e mais ainda por nunca tê-lo visto por aqui. 
     Na seqüência, foi a vez do dueto Dubshape com João Lee e Alê Reis. Eu já havia visto a dupla algumas vezes em Goiânia, portanto já conhecia mais ou menos a linha em que eles tocam, mas não deixou de ser incrível. Um set bem trabalhado, com house, deep house e tech house, deu pra ouvir muita coisa legal e muita coisa nova também. 
     Depois foi a vez de Alex Justino. Eu imaginei ouvir um set bem house, bem deep house, mas não foi bem assim. Começou como eu imaginei, mas do meio pra frente foi bastante a cara do que ele fez no Sunset Warung. Eu diria pesado, pra mim parecia tech house e techno, e sempre com muito groove e muita energia. Um set muito bom de se ouvir e bem diferente do que tem tocado nessas boates de Goiânia. 
     Por último, foi a vez de Fabrício Roque. O homem da Firma tem um som bastante legal de se ouvir, de um jeito que eu aprecio e bem a cara de after. Sempre misturado com coisas novíssimas e sons mais antigos mas que ainda se mantém super atuais, ele fechou muito bem a Deep Loop. 
     Concluindo: eu sempre falo a mesma coisa. A cada nova edição, eu sempre digo que foi a melhor de todas. De fato, é verdade, mas essa é a tendência natural dos fatos. Tudo evoluir. Eu gostei bem mais dessa edição, por vários motivos, e quanto ao nível geral de infra estrutura, som e DJs da festa, ficou no mesmo nível do Warung, mas a Deep Loop tinha algo mais. Existe algum tempero, alguma coisa que fez com que a tudo fosse superior a tudo. Devo deixar aqui inclusive, os parabéns à toda equipe Deep Loop, Alex Justino, Cristiano Caramaschi, Fabrício Roque, aos DJs Fábio Alienato, Lubalei, João Lee e Alê Reis e ao responsável pelos visuais VJ Erms, pela festa incrível. Djs, soundsystem, estrutura, e por todo o trabalho e dedicação em fazer da Deep Loop uma das melhores a mais comentadas festas do estado. Congratulations boys.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

[Chart] Julho 2011


     Hoje, aproveitando o embalo da Deep Loop neste sábado, para deixar um chart de 10 músicas, que são as 10 que mais gostei dentre várias que peguei. Entra deep house, tech house, com ou sem vocal. Simplesmente não ouve critério. As 10 melhores da ultima atualização do meu case foi o que pintou por aqui. Fora, que também serve de referência pro que pode vir a tocar na Deep Loop #4.

1) Laid Back - Cocaine Cool (Soul Clap Vocal Mix)
2) Stimming - Una Pena


3) Bassfort - Dixtrit (Jimpster Remix)
4) Laid Back - People (Banzai Republic & Trentemoller Remix)
5) Green Velvet - Flash (Jamie Jones Remix)
6) Lee Foss - U Got Me
7) Brett Johnson - Temptations and Lies ft. David Barker
8) Butch - Big Futt
9) Butch - Sweet In The Morning
10) Marco Carola - Black Box





quinta-feira, 30 de junho de 2011

Warm-up e Deep Loop #4


    No próximo dia 9 de julho, vai acontecer a quarta edição de uma das melhores festas que o estado de Goiás já teve. A Deep Loop #4 vai acontecer no Deck do Serra Dourada, um local totalmente diferente de todas as outras edições que aconteceram em chácaras, com pistas open air. Vai contar ainda, com sistema de som quadrifônico line-array, video mapping com o VJ Erms Desconstrução, e ainda estacionamento seguro.
    Nesta edição, tocarão Alex Justino (Lo Kik Records), Dubshape (João Lee & Alê Reis/3plus-SP), Lubalei (SP), Fabrício Roque e Alienato. Os ingressos já estão a venda na Trupe do Açaí (av. 136 e T-11), Kasatu Maru Japanese Food (T-63), Sorveteria Don Gelatto (setor bueno), Psicodelic (Buriti Shopping), e também a venda online na www.ticketline.com.br. Custam 30 reais feminino e 40 reais masculino, o primeiro lote.
    Para completar, neste sábado, dia 2 de julho, tem o warm-up para o Deep Loop no espaço Acqua, onde tocarão Alex Justino x Danke, Fabrício Roque x Alienato, Caramaschi e Ricardo Tatoo. Visuais com os VJs Felipe Monteiro e Erms Desconstrução.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

[Resenha] Warung Sunset 11/6



     Pra quem gosta de cena underground, valeu esperar esses meses todos de intervalo entre o Deep Loop #3 e o Sunset Warung. O club por si só já denota uma vibe absurda e boa música. Desta vez, toda a energia positiva de um dos mais famosos e melhores clubs do planeta desembarcou em Goiânia para o que seria talvez, um dos eventos mais esperados do ano.
     Na prática, juntou-se os melhores DJs e produtores do cenário regional, com os dois mais relevantes residentes do Warung, a pequena e muito talentosa Aninha, e o maestro e proprietário do D-Edge Renato Ratier. Em termos regionais tocaram Elias Toufic (residente do Alizzari Disco de Anápolis), Renato Borges (residente do Sedna Lounge), Hans (ex-Fiction), Gabriel Boni (InMinimax), Alex Justino (Lo Kik), Fabrício Roque & Alienato (Ex-Fiction) e Cristiano Caramaschi (ex-Fiction) & Joni Anglister.
     O Local: a Estância Lago Verde, tem uma área muito legal para eventos. Um casarão estilo rústico, mas com um trabalho de paisagismo excelente, deu um visual muito legal e bastante compatível com que se tem no próprio Warung. A estrutura do telhado do salão, vista por baixo parecia bastante o que se tem Warung, fora os dragões gigantes que estavam do lado fora. Fez o público goiano praticamente se sentir em Itajaí.
     O trabalho do mapping, dessa vez não foi tão complexo como na Deep Loop #3, mas composto por 3 triângulos, remete ao telhado do Warung. Os responsáveis pelos efeitos visuais foram os Vjs Toshiro, do Warung, e o Vj Erms Desconstrução.

     Falando do Dj Sets que ouvi e gostei, a ponto de merecerem estar nesta resenha, vou começar dos primeiros para os últimos, e claro, como sempre, darei algumas caneladas sobre coisas que vi, e não gostei.
     Elias Toufic, de Anápolis, foi o primeiro a tocar. Começou às 16h e terminou às 17:30. Fato que achei injusto seu horário, dado o talento que ele tem, e mais especificamente, pela qualidade do set. Sempre grooveado, ele mantém uma linha de deep house que pode ser tanto um headline como um warm-upper. Não sei por que cargas d'água o jogaram nesse horário. Com um som tão legal, tocar pra pouca gente eu acho sacanagem. Mas, o horário é esse, e alguém precisa tocar. Fazer o que?
   
     O próximo foi Renato Borges. Que também achei que merecia um horário melhor que o que ele tocou, entretanto, manteve uma linha com uma cara típica de warm-ups. Tudo entre 116 e 118bpm, nada barulhento nem acelerado. Pela carreira, pelo som e pelo profissional, merecia um horário melhor. Talvez após Fabrício e Alienato. Mas o set dele foi bem bacana, salvo alguns contratempos, vejo Renato melhorar cada vez mais no deep house. E pra um DJ que toca basicamente, desde um house mais acelerado, a hip-hop, migrar de dois gênero que são um tanto quanto comerciais, dada a casa em que reside, tocar deep house seguindo uma linha conceitual pode não ser tarefa tão simples, ou fácil mas que ele deu conta do recado.

     Às 23h, subiu ao palco Aninha. A residente do Warung tocou exatamente o que eu esperava ouvir dela. Um set de começo macio, e final áspero. Saindo do deep house, caindo no tech house com um tempero de techno pra dar uma esquentada na pista. A pista vinha abaixo a cada virada e a cada turn back de seus tracks. Foram duas horas de set, mas que tinham uma energia e estavam tão contagiantes que passaram bem rápido. Uma das coisas que eu mais gosto em sets dela são o fato de sempre ouvir muita novidade, e raramente mas muito raramente, repetir algo que já foi tocado em outros sets. É sempre muito bom ouvi-la tocar, principalmente quem gosta de ouvir música boa, novidades e groove.
   

     Em seguida, foi a vez de Alex Justino. No começo eu pensei que fosse ouvir mais uma vez um set com muito house, ou pelo menos numa roupagem clássica de house. Mas não. O chefe surpreendeu a todos com um deep house bastante encorpado e com uma pegada de tech house, pra não falar que muita coisa soou como tech house e techno nos meus ouvidos e nos ouvidos de muitos amigos e outros DJs que também o ouviram tocar, inclusive ouvi vários elogios avulsos da galera na pista. Surpresa ou não, foi um dos melhores que sets dele que eu já ouvi. Tanto trabalho, e trabalho bem feito resultaram inclusive em uma das mais importantes gigs da sua carreira: tocar no D-Edge dia 16 de junho. Bastante merecido diga-se de passagem.



     Na seqüência, tocou Renato Ratier. Mais uma vez me surpreendeu e me fez ficar perplexo com a qualidade do que ele apresentou. O som dele parece estar sempre a frente de tudo que se toca. Além de ser muito diferente do eu estou acostumado e ver em sets de techno, mesmo sendo techno de DJs como Anderson Noise ou D-Nox. É algo totalmente diferente, bem a cara do D-Edge, parece meio nu disco, meio techno, meio house, meio tudo. Todo o respeito do D-Edge e do próprio Renato se deve justamente a esse trabalho diferenciado, carisma e educação impecáveis. É sempre muito bom vê-lo tocar também, por sempre tocar novidades que gravadoras ainda nem lançaram num set com muito groove e muita seriedade.


     Acabei por falar somente destes, pois foram os DJs que mais gostei e os que achei que devesse fazer comentários pertinentes. Óbvio que todos os comentários são simplesmente o que meu cérebro conseguiu interpretar. Mas salvo algumas caneladas, eu só tenho a elogiar todo o staff da festa, uma vez que foi muito bem organizado, bastante bem feito, tudo muito bom, estrutura, soundsystem, decoração, e público, principalmente público que fez tudo ser ainda mais incrível, curtindo o som, gritando, tudo isso fez com que a vibe fosse incrível. Com certeza essa foi uma balada que entrou para a história de Goiânia, que tem se mostrado um lugar cada vez melhor pra se tocar, principalmente deep house, tech house e techno, mas claro, graças a iniciativa de toda a equipe Deep Loop, e desse público que vem se fidelizando cada vez mais e se tornando cada vez maior e mais freqüente nas baladas underground, ou não. Congratulations fellas.