quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Os potenciais sons do futuro



    Quem vive na cena eletrônica, pesquisa e busca por novas músicas, estando dentro do conceito ou do comercial, sabe que música eletrônica é um mercado em constante evolução e movimento. Por exemplo, nitidamente o deep house evoluiu muito desde que comecei a ouvir em 2006, 2007, até os dias de hoje. O modo como as músicas são construídas, melodias, velocidade, tudo isso ganhou novos ares, com base em novas experiências conforme o tempo foi passando.
     De uns tempos pra cá, tenho ouvido sons novos pra mim, e que tem se popularizado cada vez ao redor do mundo. Uns são mais conceituais, mais abstratos, outros nem tanto. Uns tem uma característica revival, trazendo alguns elementos da disco music, dos anos 70, de volta para produções novíssimas, outras, são uma mistura de alguns conceitos.
     Muita gente, principalmente no Brasil, além de não ter o hábito de ouvir, pode não conhecer e não gostar muito de dois gêneros que eu particularmente acho que podem ser uma prévia do que pode vir a bombar as pistas daqui a alguns anos. Se trata do nu-disco/indie dance, e do dubstep.
     Historicamente, o dubstep nasceu em Londres, um dos primeiros lançamentos data de 1998, segundo li na internet, o dubstep pode ser definido por "produções com linhas de baixo esmagador e padrões de bateria reverberante, com trechos sampleados e vocais ocasionais". Assim como o drum n' bass, é um som pesado, quebrado, e quase que essencialmente underground, dado o conceito em que foi criado. Apesar de eu não conhecer bons artistas produtores de dubstep, já ouvi várias músicas das quais eu gostei bastante. Vou postar 3 dos melhores dubsteps que eu já ouvi, e que seguem uma linha de som mais limpa, sem muita "sujeira", uma com um vocal marcante e muito interessante por sinal, uma somente com vocal ocasional, e uma sem vocal algum.

*Joker - Snake Eater

*Prodigy - Warrior's Dance (Benga Remix)

*Rusko - Woo Boost

     O nu-disco por outro lado, se assemelha bastante com o house em alguns aspectos. Muito ouvido na Europa e na Austrália, o gênero vagarosamente tem aparecido no mainstream dos Estados Unidos e da Ásia. Eu acredito que com o passar dos anos, vai acabar chegando por aqui com mais força e acredito que vai acabar sendo muito ouvido ainda. Historicamente, o nu-disco é produzido com tecnologia moderna mas com características da disco music e da dance music dos anos 70 e 80. Uma espécie de pin-up, ou revival mesmo, nova maquiagem pra uma composição antiga. Eu ainda acho o gênero um tanto quanto abstrato, considerando que foi lançado o termo nu-disco pra se definir as produções que eram lançadas como electroclash e deep house.
     O termo 'nu' é usado como um qualificador pra disassociar o sub-gênero de idéias populares a respeito da própria disco music dos 70 e 80. As idéias sobre a definição do nu-disco ainda são bastante diversas. Enquanto uns dizem que qualquer coisa que brotou desde o fim dos anos 70 e início dos anos 80 que ainda use elementos de músicas dessa época, é nu-disco, outros dizem que na realidade o gênero é eurodisco com forte influência de electroclash e italodisco.
     Na prática, o nu-disco tem se mostrado bastante competente de fazer as pessoas se mexerem numa pista. E apesar de não ter características de sons mais conceituais como é o caso do dubstep, ou underground como o drum n' bass e o techno, ainda é um pouco desconhecido. Mas, muita coisa do que se toca hoje em sets de deep house, são nu-disco. Se seguem algumas músicas claramente nu-disco (segundo o próprio Beatport) que eu também gostei bastante, e inclusive tenho tocado.

*Lee Foss - U Got Me

*Jamie Jones - Ruckus

*Azari & III - Reckless For Your Love (Permanent Vacation Remix)

     Sim meus amigos, Reckless For Your Love é nu-disco! Para finalizar, espero que gostem das tracks que postei.