quarta-feira, 6 de abril de 2011

Nem tudo são trevas


      Falo mal, meto o pau, não gosto de muita coisa que tem aparecido, mas também é preciso reconhecer trabalhos de certos profissionais, reconhecer a qualidade de algumas festas, e falar de coisas boas. Até porque isso aqui não é um blog de lamentações. Se for pra me lamentar tenho o muro das lamentações em Jerusalém pra reclamar e lamentar as coisas...
      Resolvi separar esse post para falar da parte visual das baladas. Após o que foi a incrível Deep Loop 3, fiquei boquiaberto ao ver pela primeira vez um video mapping na minha frente. Projeto executado pelo VJ Erms que com todo seu talento e feeling, fez um trabalho absurdamente impecável.
      Sim, nem tudo são trevas na vida noturna goiana. Temos os melhores VJs do país aqui, e apesar de tudo, poucas pessoas se ligam no trabalho fantástico que estes profissionais fazem. Na prática, uma balada sem VJ é bastante sem graça, e talvez não fosse pelo trabalho do Erms na Deep Loop, a festa não teria sido tão boa.
    
VJ Erms (Desconstrução)

      Pra quem não sabe, o video mapping (mapeamento de vídeo) é considerado o futuro da projeção. Tecnica baseada na topografia – as imagens não se limitam mais às duas dimensões de uma tela. O processo se baseia em projetar uma imagem numa superfície e através de um software, processar o mapeamento dos pontos que cobrem alguns de seus detalhes, como arestas, colunas, janelas, portas; qualquer superfície pode ser mapeada. Com isso podem ser projetadas imagens independentes nessas áreas, que quando combinadas criam ilusões  que encontram aplicações tão distintas que vão desde o marketing mais explícito de marcas e novos produtos, até festivais de música, pistas de clubs, e videoperformances.
     Outro trabalho do Erms foi num teatro de Vitória (ES). O trabalho consistiu em usar a textura e os elementos de arquitetura barroca do edifício, e criar imagens que se integrassem nessa superfície. O resultado final foi algo bastante interessante e explica bem porque Erms é o melhor VJ do mundo. Confiram este mapping no vídeo:

         
 

     É por essas e outras meus amigos, que eu digo que só faz coisa boa, que tem a acrescentar pra cena quem quer. Sem precisar de panela, sem precisar fazer o negócio só pensando em grana. A organização de eventos como a Deep Loop e como vai ser a tão aguardada Warung Tour provam como isso é verdade e como é possível ter excelentes artistas fazendo jus ao nome que têm e ao que ganham pra fazer. Isso se chama TALENTO, coisa que quase 80% dos que se metem a tocar e fazer algo na área não têm.
     Em tempo, este outro vídeo, mostra um mapping feito em Berlim com áudio e imagens em 3D. Confiram:

  
     De um jeito ou de outro, os aventureiros e os que estão tocando por molecagem sempre vão existir. E pra evitar que a cena seja prejudicada, precisamos de profissionais como os VJs Erms e Felipe Monteiro e como os excelentes DJs Fabrício Roque, Alex Justino, Carmona, Renato Borges, Rafael Danke, Cristiano Caramaschi, Fábio Alienato, Hans entre outros, que temos aqui e que dão valor no que fazem, estão nessa por prazer e por gostarem de tocar. E não para aparecer e pegar mulher. As ferramentas pra fazer a cena underground goiana crescer, nós temos. Falta agora só um pouco mais de cultura na cabeça das pessoas pra fazer tudo dar certo.







Mapping em edifício